De acordo com o texto acima, quais são os setores sociais que se aliaram para compor a greve nacional na Colômbia? *
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Resposta:
A Colômbia chamou a atenção internacional no último mês pelos informes e denúncias em fotos, vídeo e relatos nas redes sociais da brutalidade policial com que foram reprimidos os protestos que acompanham a greve geral, que já dura 50 dias.
Os números também confirmam que a violência no país é estrutural. Com a atual paralisão, as práticas excessivas das forças militares e os conflitos armados que já existiam no interior do território colombiano passaram a ser vistos também nas grandes cidades.
Em 50 dias de greve, foram contabilizados 76 homicídios, 3.789 denúncias de violência policial e 346 desaparecidos, segundo levantamento de organizações de direitos humanos. A repressão, entretanto, não impediu a manifestação popular. No mesmo período, foram mantidos mais de 3.600 bloqueios de estradas e realizadas 666 manifestações.
“O controle o militar dos protestos foi focado nos jovens. Não é qualquer jovem, é o jovem pobre. São os moradores das comunas, dos bairros pobres que sofreram a maior repressão militar contra os atos”, relata o psiquiatra e membro da Rede Popular de Primeiros Socorros Juan David Páramo.
A cifra de desaparecidos tem variado constantemente, na medida que mais pessoas são encontradas mortas. Como Daniel Stiven, um adolescente de 16 anos, capturado por agentes do Esquadrão Movil Antidistúrbios (Esmad) em Cali, dado inicialmente como desaparecido, no dia 28 de maio. Dois dias depois seu corpo foi encontrado incinerado dentro de um shopping center.
Nos primeiros seis meses de 2021 também já foram registrados 41 massacres, com 138 vítimas, segundo o Instituto de Desenvolvimento da Paz (Indepaz).
“É uma violência generalizada que também é estrutural. Optamos por fazer denúncias às instâncias que o Estado nos oferece, porque também temos que dar a batalha por aí. Mas apoiar-nos principalmente na grande solidariedade da comunidade internacional. Abrimos expediente na Procuradoria Geral da República para iniciar processos disciplinares e punir funcionários da polícia e as autoridades administrativas, que também são responsáveis por essas violações”, declarou a advogada colombiana Isabel Fajardo, da Fundação Lazos (Laços) de Dignidade.