Das minhas relações mais próximas, só três comungam comigo não ter facebook. Não pensem que tenho críticas, sou um entusiasta, apenas não quero usar. Pouco dou conta dos meus amigos, onde vou arranjar tempo para mais? Minha etiqueta me faz responder a tudo, teria que largar o trabalho se entrasse na rede social. Só recentemente minhas filhas me convenceram que se não respondesse um spam ninguém ficaria ofendido. A cidade ganhou a parada. Acabou o pequeno mundo onde todos se conheciam, onde não se podia esconder segredos e pecados. Viver na urbe é cruzar com desconhecidos, sentir a frieza do anonimato. Essa é a realidade da maioria. Meu apreço com as redes sociais é por acreditar que elas são um antídoto para o isolamento urbano. São uma novidade que imita o passado, uma nova versão, por vezes mais rica, por vezes mais pobre, da antiga comunidade. Detalhe: não quero retroceder, a simpatia é pelo resgate da nossa essência social. Vivemos para o olhar dos outros, essa é a realidade simples, evidente. Quem pensa o contrário vai à conversa da literatura de autoajuda, que idolatra a autossuficiência e acredita que é possível ser feliz sozinho. É uma ilusão tola. Nascemos para vitrine. Quando checamos insistentemente para saber como reagiram às nossas postagens, somos desvelados no pedido amoroso. O viciado em rede social é obcecado pela sociabilidade. Está em busca de um olhar, de uma aprovação, precisa disso para existir. Ou vamos acreditar que a carência, o desespero amoroso e a busca pelo reconhecimento são novidades da internet? Sei que o facebook é o retrato da felicidade fingida, todos vestidos de ego de domingo, mas essa é a demanda do nosso tempo. Critique nossos costumes, não o espelho. Sei também que as redes são usadas basicamente para frivolidades, é certo, mas isso somos nós. Se a vida miúda de uma cidadezinha fosse transcrita, não seria diferente. Fofoca, sabedoria de almanaque, dicas de produtos culturais, troca de impressões e às vezes até um bom conselho, além de ser um amplificador veloz para mobilizações. Também apontam que amigos virtuais não substituem os presenciais. Todos se dão conta, e justamente usam a rede na esperança de escapar dela. O objetivo final é ser visto e conhecido também fora. Usamos esse grande palco para ensaiar e se aproximar dos outros, fazer o que sempre fizemos. O facebook é a nostalgia da aldeia e sua superação. CORSO, Mário. Sem Facebook. 2013. Disponível em:http://wp.clicrbs.com.br/terradonunca/2013/06/18/sem-facebook-por-mario-corso-na-zh-de-hoje/?topo=13,1,1,,18,13&status=encerrado. Acesso em: 25 maio 2015. (adaptado) De acordo com o texto, podemos afirmar que: I. Dentro do conjunto de etiqueta social e para manter as relações sociais devemos responder a todas as solicitações dos amigos na internet. II. Na frase "O Facebook é a nostalgia da aldeia e sua superação", pode-se compreender que o Facebook é superior, está acima das cidades com suas dinâmicas próprias. III. Com a internet, as pessoas buscam demonstrar seus sentimentos e emoções nas redes sociais, o que, na realidade, não é algo novo no comportamento humano. A alternativa que indica a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é:
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Se eu fosse voce arrumava amigos melhores
valeriadesouza:
alternativa B. com a internet, as pessoas buscam demostrar seus sentimentos e emoções nas redes sociais, o que, na realidade, não é algo novo no compartamento humano.
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