DAMA DE BRANCO Temos a sorte dos apartamentos em nosso edifício serem providos de sacadas. Embora pequenas, as sacadas são uma abertura para o universo. Agora, com a diminuição do monóxido de carbono na atmosfera, com muito menos carros circulando no Rio, várias estrelas se tornaram visíveis. Estou pensando em comprar um telescópio pela internet. Enquanto isso, contemplo o céu a olho nu mesmo. Me embriaga não passar de um ser ínfimo no cosmos. Mas o que me leva a vir para a sacada de madrugada, mais do que as estrelas, é contemplar a dama de branco, que circula pelo estacionamento a céu aberto do edifício, sempre às três da manhã. Todos estão dormindo e fico contente com isso, pois, com ninguém mais a contemplá-la, é como se a dama de branco me pertencesse exclusivamente. Entendi por que ela sempre vem a essa hora. É porque não há ninguém a importuná-la, reclamar que ela não está usando máscara, como se tornou obrigatório fora de casa. Imagino ver as suas feições, reparar como é bonita. Uma beleza singular, que não consigo descrever. É compreensível que ela queira caminhar a céu aberto, e ao mesmo tempo protegida pelos porteiros, que permanecem em seus abrigos nos portões do condomínio. As ruas de noite são sempre perigosas e confrangeria meu coração se algum mal acontecesse com a dama de branco.
1-retire uma passagem do texto que justifique que o narrador tambem é considerado personagem?
bcarlaa17:
a pergunta ta no final
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Resposta:
[. . .]Me embriaga não passar de um ser ínfimo no cosmos, mas o que me leva a vir para a sacada de madrugada, mais do que as estrelas, é contemplar a dama de branco, que circula pelo estacionamento a céu aberto do edifício, sempre às três da manhã.
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