Matemática, perguntado por davidjunior17, 10 meses atrás

Dado um conjunto contínuo \mathsf{X}, e uma função f: \mathsf{X} \longrightarrow \mathsf{X}~, denotamos, para cada elemento x \in \mathsf{X}, f^1(x) = f(x) e, para cada j \geqslant 1, f^{j + 1}(x) = f(f^j(x)). Dizemos que a \in \mathsf{X} é um ponto fixo de f se  f(a) = a. Para cada número real x, definimos \pi x como o número de primos positivos menores ou iguais a x.

Dado um número inteiro positivo n, dizemos que  f: \{1,2, \dots , n \} \longrightarrow \{1,2, \dots , n \} é catracha se f^{f(k)}(k) = k para \text{todo o}~k \in \{1,2, \dots , n \}.

Prove que se f é catracha, então f tem pelo menos  \pi (n) - \pi \big(\sqrt{n} \big) + 1 pontos fixos.​


Theory2342: Confesso, essa aqui é só para os profissionais, kk.
davidjunior17: (ksksks), brevemente os PhD's vão actuar, aguardemos!)
Theory2342: Sim, o que nos resta é esperar. Boa sorte parceiro :)

Soluções para a tarefa

Respondido por cassiohvm
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Seja A = {1, ..., n}.  Notamos que se f é catracha então para cada k em A existe algum elemento cuja imagem é k. Assim, f é sobrejetora. Como a cardinalidade do domínio e contradomínio é a mesma, segue que f é bijeção. Assim, f é uma permutação.

Lembramos que toda permutação é uma composição de ciclos (de órbitas disjuntas). Para um número primo p, seja k₁ = f⁻¹(p). Assim temos

f^{p}(k_1) = k_1

Assim, o elemento k₁ está num ciclo cuja ordem é um divisor de p. Ou seja, a ordem é p ou 1. Caso a ordem seja p, devem existir k_2, k_3, \dots, k_p distintos tais que  f^p(k_i) = k_i para i = 2,..., p. Isso implica que f(k_i) é múltiplo de p.

Observamos que os múltiplos de p até p² são:

p, 2p, 3p, ..., (p-1)p, p²

Ou seja, um total de p múltiplos. Assim, se p² > n a ordem de k₁ não pode ser p pois não existem p múltiplos de p no conjunto A. Logo, f(k₁) = k₁ e portanto k₁ é um ponto fixo.

Assim, concluímos que para cada número primo p de forma que p² > n existe um ponto fixo para f. Como temos π(n) - π(√n) desses números primos, temos ao menos  π(n) - π(√n)  pontos fixos. Além disso, se k = f⁻¹(1) temos f¹(k) = k. Logo, temos mais um ponto fixo. Portanto, f tem pelo menos  

π(n) - π(√n)  + 1

pontos fixos.

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