Psicologia, perguntado por andrecampospsi, 3 meses atrás

Dada a proximidade de atuação do professor de Psicologia e do psicólogo escolar nos mesmos contextos educativos, faz-se necessário caracterizar as diferenças existentes entre esses dois profissionais. A atuação na docência do ensino de Psicologia diz respeito a formação dos educandos, por meio do trabalho com a socialização do conhecimento acumulado nesse campo de estudos e a promoção de discussões e reflexões sobre a constituição da subjetividade humana.

Fonte: SEKKEL, Marie Claire e MACHADO, Adriana Marcondes. O Projeto Pedagógico do curso de formação de professores de Psicologia do Instituto de Psicologia da USP. Temas psicol. [online], v.15, n.1, 2007.



A respeito da atuação do docente de Psicologia e do psicólogo no contexto escolar, analise as afirmativas a seguir.



I. A Psicologia escolar refere-se a uma área de aplicação dos conhecimentos advindos do saber psicológico para as instituições de ensino e aprendizagem.

II. A Psicologia no ensino se refere ao espaço de formação e socialização do conhecimento acumulado nesse campo de estudo.

III. No contexto educativo, a Psicologia escolar se refere a uma ação de aplicação da ciência psicológica por meio de pesquisas, diagnósticos e intervenções preventivas.

IV. Do ponto de vista legal, não são encontradas diferenciações no que tange a atuação do professor de Psicologia e do psicólogo escolar.

Agora, assinale a alternativa correta.

Escolha uma:
a.
Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

b.
Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

c.
Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.

d.
Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

e.
Apenas a afirmativa I está correta.

Soluções para a tarefa

Respondido por Oopsclara
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Este artigo tem como objetivo discorrer sobre aspectos que envolvem a atuação do psicólogo no âmbito do Ensino Superior, partindo dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. Destacamos a possibilidade de atuação do psicólogo escolar na formação de professores nesse nível de ensino, vislumbrando a sua contribuição para que o docente possa entender acerca da relação desenvolvimento e aprendizagem de adultos, com ênfase na formação dos conceitos. Apresentamos também os resultados de entrevistas realizadas com 20 professores de uma IES, em 2009, que buscaram analisar a compreensão dos mesmos sobre a relação desenvolvimento e aprendizagem e trabalho do psicólogo escolar. Concluindo, consideramos que a proposta de uma intervenção da Psicologia na formação de professores pode contribuir para que os docentes compreendam o quanto o desenvolvimento psicológico é ilimitado e como a atividade pedagógica, na transmissão e apropriação dos conhecimentos, pode levar o aluno a um maior desenvolvimento da sua capacidade intelectual.

Falar da atuação do psicólogo no Ensino Superior é bastante complexo; se na Educação Básica já não se tem clareza sobre essa atuação, quando se fala em uma intervenção no Ensino Superior isso fica muito nebuloso. Pode-se perguntar: afinal, o que compete ao psicólogo no Ensino Superior? Tal questão nos motivou a fazer uma pesquisa sobre o tema, cujos dados apresentaremos neste artigo. Nosso objetivo, portanto, é discorrer acerca da atuação dos profissionais de Psicologia no âmbito do Ensino Superior, partindo dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural e ressaltando a relevância do trabalho do Psicólogo na formação de professores para esse nível de ensino.

Marinho-Araújo (2009) afirma que a Psicologia Escolar já se faz presente nas IES (Instituições de Ensino Superior), contudo, geralmente, o psicólogo está inserido em serviços que atendem exclusivamente aos discentes (como exemplos, cita órgãos como o SAU – Serviço de Assistência ao Universitário – ou SOU – Serviço de Orientação ao Universitário). Esses serviços focam o acompanhamento dos estudantes nos campos de ação relacionados a problemas de adaptação à vida universitária e às novas relações sociais efetivadas; à orientação profissional – em virtude da insatisfação com relação à escolha do curso e da profissão –; ou à demanda ligada aos processos de ensino e aprendizagem – geralmente encaminhados pelos professores e que são relatados como: distúrbios de atenção, falta de motivação, não adaptação às metodologias de ensino propostas e também a problemas emocionais que interferem na aprendizagem. A autora afirma, ainda, que essa forma de intervenção é calcada em trabalhos individualizados, adaptacionistas, tão comuns na Educação Básica.

Uma possibilidade de intervenção, conforme assevera Marinho-Araújo (2009), pode ser efetivada por meio de assessoramento amplo no contexto da IES, levando em consideração suas características e necessidades, sem deixar de observar as demandas intersubjetivas dos sujeitos envolvidos. Assim, propõe que a atuação do psicólogo contemple grandes dimensões como: Gestão de Políticas Públicas, Programas e Processos Educacionais nas IES; Propostas Pedagógicas e Funcionamento de Cursos e Perfil do Estudante.

Embora a autora nos apresente tais possibilidades de intervenção, o foco deste trabalho estará voltado para a proposição de intervenção na formação de professores, com ênfase no estudo da relação entre desenvolvimento e aprendizagem de adultos, visando à importância deste tema para a efetivação do trabalho do professor no Ensino Superior. Interessa-nos discorrer acerca de uma atuação que prime pela emancipação humana.

Inicialmente, trataremos sobre a formação do professor para atuar no Ensino Superior; em um segundo momento, trabalharemos acerca do desenvolvimento do psiquismo, a partir dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural; finalmente, discutiremos a respeito da atuação do psicólogo escolar no Ensino Superior.

1. A formação do professor universitário

A trajetória da Educação Superior brasileira é recente, quando comparada à de outros países, uma vez que anteriormente à vinda da família real ao Brasil, em 1808, era praticamente inexistente. Até o início da década de 1930, a formação no Ensino Superior existia apenas para profissionais liberais. Entre 1930 até meados de 1996, segundo Marinho-Araujo (2009), consolida-se a universidade como centro – figura acadêmica administrativa central – do Ensino Superior no Brasil.

Entre os anos de 1945 a 1964, a Educação Superior brasileira passou por um processo intenso de mudanças. Segundo Saviani (1999), nesse período ocorreu a tentativa de implantar transformações sociais pela intervenção do Estado, sob o escudo da ideologia do nacionalismo desenvolvimentista. O autor afirma que, no período pós 1964, manteve-se o objetivo da modernização, porém se ensejava que esta fosse implantada pela realização de uma espécie de assepsia das pressões e conflitos sociais. O plano educacional para o Ensino Superior foi pensado como instrumento de introdução da racionalidade tecnocrática na educação, período em que já era possível observar uma visão tecnicista da educação. As diretrizes sobre o Ensino Superior, contidas na Lei 5.540/68, mantiveram-se até 1996, quando, em 20 de dezembro, foi votada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de número 9.394/96, a qual define os objetivos, prioridades e condições para a política educacional. Nessa lei e no decreto no 2.207/97, o qual regulamenta o Sistema Federal de Ensino, discute-se a preparação pedagógica para o exercício de docência no Ensino Superior. De acordo com a LDB, art. 16, a preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado (Lei nº 9.394, 1996, p. 7).

Nos cursos de pós-graduação stricto sensu, ou mesmo nos cursos de pós-graduação lato sensu, em geral, essa preparação vem ocorrendo por meio de uma disciplina de 45 a 60 horas, com diferentes características. Em relação a esse aspecto, Pimenta e Anastasiou (2005, p. 108), relatam que, para muitos docentes universitários, essa formação se configura como a única possibilidade de uma reflexão sobre a sala de aula, o papel docente, o ensinar e o aprender, o planejamento, a organização dos conteúdos curriculares, a metodologia, as técnicas de ensino, o processo avaliatório, o curso e a realidade social onde atuam. Entretanto, estudos mais recentes, em âmbito nacional e internacional, mostram que ações mais efetivas para a formação docente ocorrem em processos de profissionalização continuada que contemplam diversos elementos, entrelaçando os vários saberes da docência.

Pimenta e Anastasiou (2005) citam que os principais temas abordados tratam dos saberes da experiência, saberes do conhecimento e saberes pedagógicos, tendo em vista a busca da construção da identidade profissional, compreendida como processo de construção do profissional contextualizado e historicamente situado. Essa iniciativa da formação continuada, mesmo que nem sempre calcada na importância de fundamentos teóricos, ainda dá seus primeiros passos.

Ao analisar o processo de desenvolvimento do Ensino Superior no Brasil, Dal Castel (2007) assinala que o crescimento desse nível de ensino não foi acompanhado de procedimentos compatíveis para propiciar formação docente adequada e nem fornecer subsídios para a prática pedagógica. Argumenta que, mesmo diante de tantas circunstâncias adversas e exigências da sociedade contemporânea, a preparação específica para o magistério superior ainda é algo desconhecido.

De forma enfática, Dal Castel (2007) postula que a improvisação é a tônica geral e persistente. O professor universitário, muitas vezes, aprende a desempenhar sua função em um processo de socialização intuitiva, autodidata ou seguindo a rotina dos outros. Segundo Pimenta e Anastasiou (2005), isso se explica devido à inexistência de uma formação específica para atuar como professor universitário. Nesse processo, o professor segue como paradigma – em maior ou menor medida – sua própria experiência como aluno.

Constata-se que a formação dos professores de Ensino Superior fica a cargo de iniciativas individuais e institucionais esparsas. Talvez em decorrência desses fatores ainda predominam, na organização universitária, currículos organizados por justaposição de disciplinas e a figura do professor transmissor de conteúdos curriculares sem a preocupação com a apropriação do conhecimento pelos alunos, bem ao estilo de uma visão da Pedagogia tradicional. Na análise

Este artigo tem como objetivo discorrer sobre aspectos que envolvem a atuação do psicólogo no âmbito do Ensino Superior, partindo dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. Destacamos a possibilidade de atuação do psicólogo escolar na formação de professores nesse nível de ensino, vislumbrando a sua contribuição para que o docente possa entender acerca da relação desenvolvimento e aprendizagem de adultos, com ênfase na formação dos conceitos. Apresentamos também os resultados de entrevistas realizadas com 20 professores de uma IES, em 2009, que buscaram analisar a compreensão dos mesmos sobre a relação desenvolvimento e aprendizagem e trabalho do psicólogo escolar. Concluindo, consideramos que a proposta de uma intervenção da Psicologia na formação de professores pode contribuir para que os docentes compreendam o quanto o desenvolvimento psicológico é ilimitado e como a atividade pedagógica, na transmissão e apropriação dos conhecimentos, pode levar o aluno a um maior desenvolvimento da sua capacidade intelectual.


Oopsclara: era pra ter mais não foi
Oopsclara: desculpa mais espero que ajude vc
andrecampospsi: ok. grato
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