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Questão 02 - De exemplos de diferentes tipos de usos para a águana Zona Rurale na Zona
Urbana
Soluções para a tarefa
Resposta:
Introdução
No artigo anterior vimos a água invisível que está presente nos alimentos e comparamos o valor de algumas pegadas hídricas.
Agora vamos comparar a utilização da água no campo e na cidade, mas antes disso vamos ver o consumo de água de diferentes setores no Brasil.
A figura 1, retirada do relatório da Agência Nacional das Águas – ANA de 2017, mostra a média anual do total de água consumida no Brasil.
Figura 1: Total de água consumida no Brasil (média anual). (Agência Nacional de Águas – ANA (Brasil). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2017: relatório pleno / Agência Nacional de Águas. Brasília: ANA, 2017, p. 54.)
Vemos que o setor que mais consumiu água em 2017 foi o agrícola, por conta da irrigação das plantações e pastos – 67,2% do consumo total do país.
Cabe aqui dizer que existem estudos que objetivam o aumento da eficiência dos processos de irrigação para diminuir a quantidade de água consumida na produção agrícola.
O segundo maior consumidor, com 11,1% do total, foi o abastecimento animal, ou seja, a água que os animais beberam. Entre as diferentes criações, o gado foi o maior consumidor de água, com aproximadamente 88% do total em 2017.
Logo após estão as indústrias, com consumo de 9,5% do total do Brasil. As indústrias podem utilizar água em diferentes instantes da produção, por exemplo, na lavagem de matérias-primas e peças, no resfriamento de equipamentos e na diluição de produtos químicos, entre outros.
Toda a água utilizada na produção de bens de consumo é contabilizada na pegada hídrica do bem, da mesma forma que acontece com os alimentos. Vamos conhecer os valores de algumas pegadas mais adiante.
Seguindo as indústrias está o abastecimento urbano (8,8%) e, depois, o rural (2,4%). Essa figura foi construída com os dados levantados em 2016. Na época, 16% da população brasileira vivia em áreas rurais. Além disso, parte da população rural utilizava – e ainda utiliza – sistemas isolados de captação de água como, por exemplo, poços e cisternas.
É compreensível, então, haver uma diferença tão grande entre as porcentagens de consumo das populações urbana e rural.
Não se esqueça de que nas áreas rurais, apesar de o abastecimento da população ser apenas 2,4% do total, existem as enormes demandas da irrigação e do abastecimento animal.
Assim as áreas rurais utilizam o total de 80,7% de toda a água consumida anualmente no país.
Já os centros urbanos utilizam o total de 18,3%, considerando que as indústrias ficam nas proximidades ou nos próprios centros urbanos.
Como já vimos em outro artigo a utilização da água na produção dos alimentos e sabemos que o consumo residencial de água é praticamente o mesmo, independentemente da residência estar em um centro urbano ou rural, vamos ver agora a pegada hídrica de alguns bens de consumo.
Pegada hídrica e a produção de bens de consumo
O cálculo de toda a água necessária para produzir um bem de consumo é chamado de pegada hídrica do bem.
Na introdução do artigo A água usada na produção de alimentos vimos que a pegada hídrica de um smartphone é aproximadamente 12 mil litros de água. E os outros bens de consumo?
O site Waterfootprint – pegada hídrica em inglês, traz a pegada hídrica de alguns objetos.
Na tabela abaixo apresentamos alguns desses dados:
Objeto Pegada hídrica litros/litro
Biodiesel de soja 11.397
Etanol de milho 2.854
Etanol de cana-de-açúcar 2.107
Etanol de beterraba 1.188
Papel 10 litros/folha
Plástico 182 litros/kg
Couro bovino 17.093 litros/kg
Perceba que o consumo de água é diferente para a produção de etanol dependendo da fonte primária. O Brasil produz etanol principalmente a partir da cana-de-açúcar.
Observe agora a água gasta para produzir uma calça jeans. Mais de dez mil litros!
Vale a pena pensar se vale a pena comprar calças jeans novas sempre que a moda altera alguma coisa no modelo, por exemplo, cintura baixa, cintura alta, perna colada, perna boca-de-sino etc., sobretudo se pensarmos também no custo dos recursos naturais, além do preço da peça.
Isso é só um exemplo que mostra que precisamos ter consciência da pegada hídrica dos bens de consumo se quisermos realmente reduzir nosso consumo de água ou, pelo menos, diminuir o desperdício de água.