d) "...Precisamos inverter a lógica de que
comida saudável é exceção em vez de
regra."
Explique a frase acima retirada do
texto?
Soluções para a tarefa
De repente, fazer compras num supermercado para abastecer a despensa ou se servir num restaurante virou uma missão quase impossível. Contar calorias, seguir a dieta da moda, verificar os rótulos, escolher os ingredientes com propriedades específicas, tudo isso se tornou uma obsessão que acabou tirando o foco do que realmente deveria compor uma alimentação saudável. O segredo passa por regras muito mais simples do que as que estamos praticando, dizem os especialistas: consumir menos produtos industrializados (processados e ultraprocessados) e optar pela “comida de verdade”.
O cardápio diário ideal de uma pessoa sem intolerâncias ou alergias alimentares consiste em arroz, feijão, ovos, carnes magras (peixe, frango, boi), salada (verduras e legumes), frutas, grãos integrais, sementes e derivados do leite. “Simples assim”, resume a nutricionista Renata Rodrigues de Oliveira.
Planejar as compras e organizar a rotina para ter sempre uma refeição à mão na geladeira facilita muito o dia a dia. “Deixar carnes e sopas prontas e congelar, ter sempre sementes e frutas secas, fazer uso de bons carboidratos, como arroz integral, batata-doce, macarrão integral, não é difícil. Excluir o açúcar, diminuir as frituras e usar mais o forno, beber menos sucos industrializados são dicas importantes”, orienta.
A segundo sargento do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBM-MG) Viviane Campos, 39, adotou uma alimentação mais saudável há dois anos, depois de passar por um tratamento contra o câncer. “Fui para 96 kg e, quando o médico me liberou, resolvi mudar por completo”, lembra. Ela começou cortando o açúcar, e hoje na cozinha não entram mais farinha branca, refrigerante e frituras. Os filhos ainda comem alguns biscoitos e pães, mas a única coisa industrializada que ela ainda se permite é o chocolate. “Consegui passar para o feito com 80% de cacau, mas tirar por completo ainda é difícil”, diz.
Gravidade. Os maus hábitos, porém, estão fortemente presentes no país. Segundo o Ministério da Saúde, 52,5% dos brasileiros estão acima do peso ideal, e 17,9% sofrem com obesidade – uma das taxas mais altas do mundo. Parte do resultado se deve ao crescimento do consumo de produtos industrializados, como refrigerantes, biscoitos, carnes e embutidos, cujo aumento nos últimos anos foi de mais de 400% entre os brasileiros, conforme estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Outras ações. Observar as reações do próprio organismo e adaptar a alimentação também são ações importantes. O estudante de paisagismo e empreendedor Lucas Mourão, 25, viu em sua condição de intolerante à lactose e no projeto de ser vegetariano a oportunidade de melhorar as refeições. “Eu comia muitos industrializados, não valorizava frutas e verduras, e isso se refletia na minha saúde. A partir do momento em que parei de comer carne, passei a valorizar, apreciar o gosto e ver esses alimentos sob uma nova perspectiva”, conta.
A experiência pessoal virou um empreendimento. Lucas hoje vende produtos doces, salgados e chás feitos com Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs). “As pessoas falam que eu uso ingredientes que remetem à infância, como jatobá e tamarindo. São plantas que já foram mais comuns anteriormente, e é uma forma de nos reconectarmos com a terra”, acredita.
FRASES
“Os alimentos perderam muito de seus valores nutricionais. Quando você compra um morango fora de época, você sente o gosto de agrotóxico. Continuo comendo bolo de chocolate, mas agora feito com farinha integral, sem aromatizantes, conservantes ou açúcar branco.”
“A pergunta que tem que ser feita não é por que a comida orgânica é tão cara, mas sim por que a fruta é tão barata.”
“As pessoas deveriam frequentar menos os supermercados e ir mais às feiras.”
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O aumento do consumo de alimentos industrializados pode contribuir para a carência de micronutrientes (vitamina A, iodo, ferro e zinco), pela ingestão de dietas monótonas e pobres em frutas e hortaliças. No entanto, vários fatores estão relacionados e, normalmente, estão ligados a fatores socioeconômicos. Micronutrientes são essenciais para o funcionamento do organismo, e as consequências de sua carência são severas. No Brasil, como em vários países, esse é considerado um problema de saúde pública que acomete, principalmente, mulheres e crianças.