d) Compare o setor de pesca do Japão com o do Brasil
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Resposta:
A maior parte do atum pescado no mundo vai para o mercado de peixes de Tóquio. Os barcos vão cada vez mais longe buscar a espécie, cada vez mais rara. Em 2003, o mercado leiloou 3,3 milhões de unidades, e no ano passado foram 2,5 milhões, queda de 24%.
O atum sai do mercado direto para os restaurantes. Um único sushi da barriga do atum pode custar em torno de R$ 50. "É simplesmente o melhor peixe que existe", explica o chef.
O problema é que cinco espécies de atum correm risco de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. A mais ameaçada é o atum azul do sul. A última estimativa de 2009, apontou uma redução de mais de 85% nos cardumes.
Cientistas da Universidade de Kinki, em Wakyama, criam atum em cativeiro, desde o nascimento. O professor Shigero Miashita diz que é difícil. Apenas 1% dos peixes sobrevive até chegar a três centímetros. Além disso, eles comem muito: para cada quilo que o atum ganha de peso, são necessários 15 quilos de peixe.
O atum demora para chegar ao tamanho ideal de consumo. Um atum retirado de um tanque com cerca de 60 quilos, levou cinco anos para chegar a esse peso em cativeiro. Na natureza, levaria cerca de sete anos. Por isso, quanto maior o atum, mais raro e mais caro.
Trinta por cento do atum vendido no Japão vem de cativeiro, mas a maioria dos criadores pega o atum jovem e engorda em fazendas. Como são pescados antes de procriar, essa criação pode devastar as espécies ainda mais do que a pesca do atum adulto. Por isso, a Universidade de Kinki pesquisa a reprodução em cativeiro. Hoje, a universidade vende filhotes para os criadores e já supre 10% do atum vendido no Japão. "Nossa meta é chegar a 50%", diz o professor Miashita.
Os ecologistas defendem a limitação da pesca e campanhas para que os consumidores evitem os peixes ameaçados de desaparecer. Mas os países que têm nos peixes sua principal fonte de proteína, resistem. A ciência talvez seja a solução para a recuperação dos cardumes no Japão e também no Brasil.
Na costa do Rio de Janeiro, mestre Vavá, como é conhecido na região, comanda a maior traineira do Brasil na busca por sardinhas. Ele conta com equipamentos modernos, olhos eletrônicos que enxergam os cardumes no fundo do mar.
O cerco é um trabalho frenético. Em duas horas, os pescadores capturam 26 toneladas de sardinhas. A operação se repete por toda a noite e dá a impressão de que nosso mar é farto e inesgotável, mas não é bem assim.
“A costa brasileira está em uma região do Atlântico que é relativamente pobre em nutrientes. Isso significa que embora a gente tenha uma certa diversidade de recursos, nenhum deles têm volume elevado em comparação com outras regiões mais produtivas do planeta”, diz José Angel Perez, oceanógrafo da Univali.
Por ano, o Brasil tira do mar 500 mil toneladas de peixe, apenas 0,5% da produção mundial. Mesmo assim, mais da metade das espécies comerciais mais importantes do país foram perigosamente reduzidas.
A pesca da sardinha despencou, a queda na produção foi de 93%. Eram 288 mil toneladas há quatro décadas, para 17 mil toneladas no ano 2000. De lá para cá, a espécie se recuperou um pouco, graças à proibição da pesca duas vezes por ano, o chamado defeso.
Além do defeso, a lei também limita a captura da sardinha em função do tamanho. Peixes que tem menos de 17 centímetros devem ser devolvidos ao mar, mas na prática, os pescadores só conseguem fazer esta checagem quando o peixe vem na rede.
Durante três dias, nossas equipes acompanharam o trabalho a bordo. Os pescadores fizeram dez capturas. Em metade delas, as redes foram abertas e 150 toneladas de peixes voltaram ao oceano. Mesmo assim, mestre Vavá retornou com 130 toneladas. Depois de sofrer com o sumiço da sardinha ele aprendeu que é preciso cuidar hoje da pescaria do futuro. “Se não existisse esse defeso, não existiria mais sardinha. No mar precisa ter controle, senão no futuro nossos filhos vão querer e não vai ter”, declara.
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