CXIX Parêntesis
Quero deixar aqui, entre parêntesis, meia dúzia de máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a discursos sem assunto:
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[1] Suporta-se com paciência a cólica do próximo.
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[2] Matamos o tempo; o tempo nos enterra.
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[3] Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.
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[4] Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.
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[5] Não se compreende que um botocudo fure o beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é de um joalheiro.
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[6] Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, São Paulo, Ática, 1990)
Sobre o texto, considere as seguintes afirmações:
I. O tom irônico do capítulo deve-se aos ditos absurdos e cômicos quando de “máximas” se esperariam grandes verdades morais.
II. “São bocejos de enfado” está em linguagem figurada, aludindo ao fato de que o narrador as escreveu por não ter outra coisa a fazer.
III. O título do capítulo justifica-se porque o narrador intercala uma digressão (desvio momentâneo do assunto sobre o qual se escreve) na sequência narrativa.
Está correto o que se afirma em:
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Sobre o texto do enunciado temos que todas as alternativas estão corretas.
Isso porque o texto fala sobre pequenos texto que demonstram que o autor está enfadado da vida, por meio de discursos simples que fazem parte do seu cotidiano.
O texto é ao mesmo tempo melancônico, já que o autor está enfadado, mas também irônico na medida em que há uma quebra da expectativa e também um jogo de palavras sobre os fatos ocorridos nas nossas vidas.
espero ter ajudado!
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