História, perguntado por fermaribbmixi, 7 meses atrás

cul fueron la causa de la crisis economica en 1970

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Respondido por kaaff
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Pouco se tem dito sobre uma das principais raízes da crise económica, a saber, a enorme polarização dos rendimentos, em consequência, em grande parte, da aplicação das políticas neoliberais.

Os super-ricos opõem-se por todos os meios às políticas redistributivas

Muito se tem escrito sobre os factores que nos levaram à crise económica mais importante que atingiu os Estados Unidos e muitos países da União Europeia desde a Grande Depressão do início do século XX. Mas pouco se tem dito sobre uma das principais raízes de tal crise, a saber, a enorme polarização dos rendimentos, em ambos os lados do Atlântico, consequência, em grande parte, da aplicação das políticas neoliberais desenvolvidas pela maioria dos governos da OCDE (o clube de países mais ricos do mundo) desde os anos oitenta.

A revolução neoliberal iniciada pelo presidente Reagan nos EUA e por Thatcher na Inglaterra criou, com a aplicação das suas políticas (diminuição dos impostos dos mais ricos, aumento da regressividade fiscal, flexibilização dos direitos sociais e laborais com o propósito de enfraquecer os sindicatos e a força de trabalho, diminuição dos gastos públicos), um enorme crescimento dos rendimentos superiores, à custa dos rendimentos médios e inferiores. Noutras palavras, os rendimentos do capital dispararam em detrimento dos rendimentos do trabalho, que diminuíram. Ou seja, em linguagem clara, os ricos ficaram super-ricos à custa de todos os demais (classe trabalhadora e classes médias). E aí está a raíz do problema, a realidade mais escondida e silenciada nos nossos meios de comunicação.

Olhemos para os dados e analisemos os números do país onde a crise começou: os Estados Unidos. Segundo o ex-ministro do Trabalho (no governo Clinton), Robert Reich, no artigo “How to end the Great Recession” (The New York Times, 03/09/2010), o salário médio do homem trabalhador (ajustado à inflação) naquele país é mais baixo hoje do que há 30 anos. Esta queda forçou as famílias norte-americanas – para manter o seu nível de vida – a ter mais integrantes da família a trabalhar, sendo essa uma das principais causas de integração da mulher ao mercado de trabalho. Em 1970, apenas 32% das mulheres com filhos trabalhavam; hoje esse índice é de 60%. Outra maneira de compensar a perda de salários foi aumentar as horas de trabalho. O trabalhador, nesta década, está a trabalhar 100 horas a mais por ano (e as trabalhadoras 200 horas a mais) do que ocorria há 20 anos.

No entanto, mesmo com essas mudanças, o poder aquisitivo das famílias caiu, empurrando-as para o endividamento. As famílias dos EUA endividaram-se até à medula, e puderam fazer isso porque o aval das suas dívidas, as suas casas, ia subindo de preço. Até que a bolha estourou. E agora as famílias têm uma dívida enorme de nada menos que 2,3 mil milhões de dólares.

Até aqui fizemos uma descrição do que ocorreu à maioria da população. Vejamos agora o que se passou com os ricos. O facto de a massa salarial (a soma dos salários) ter caído como percentagem do rendimento nacional (apesar do aumento do número de trabalhadores) quer dizer que os rendimentos do capital foram subindo. Isso significa que o crescimento da riqueza do país (o que se chama de crescimento do PIB) beneficiava muito mais os rendimentos superiores (que derivam os seus ganhos, em geral, da propriedade) do que o resto da população (que extrai o seu rendimento do trabalho). Como consequência, os ricos ficaram super-ricos. O 1% da população que possuía 9% do rendimento nacional nos anos 1970 do século XX, passou a possuir 23,5% do rendimento total, o mesmo percentual verificado no início da Grande Depressão, no início do século XX. E aí está o problema. Como diz Robert Reich, os super-ricos têm tanto dinheiro que consomem um percentual menor de seu rendimento em comparação ao que consome o cidadão normal. Ou seja, os 23,5% do rendimento nacional que controlam são utilizados menos no consumo em comparação ao rendimento das pessoas comuns. A procura total, que é a que move a economia (pois estimula a criação de empregos e o crescimento económico) caiu dramaticamente, em parte porque a maioria das famílias perdeu grande capacidade de consumo e os super-ricos retiraram do consumo 23,5% do rendimento total do país, consumindo muito menos do que o cidadão médio.

Faltou um pedaço mas o mínimo é 5000 de letras mas se quiser que eu passe faça outra pergunta dessa daí e me chama.

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