CRÔNICA: O NARIZ - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO
01 – A crônica discute vários aspectos da vida social moderna; contudo, um deles se destaca. Das palavras seguintes, qual traduz o assunto central do texto? 02 – As três frases a seguir expressam a reação da esposa e da filha diante do comportamento do dentista:
"Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância."
"— O que é isso? — perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos."
"A mulher impacientou-se."
a) De uma frase para outra, nota-se que o narrador, para demonstrar o processo de irritação da esposa e da filha, empregou o recurso da gradação. Esse recurso consiste em criar um movimento crescente ou decrescente, que acontece aos poucos, em graus. Comparando as partes destacadas nas frases, observa-se uma gradação crescente ou decrescente? A partir de que momento o comportamento bem-humorado da mãe e da filha começa a se modificar? 3 – Observe esta descrição que o narrador faz do dentista:
"Era um dentista respeitadíssimo. [...] Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão."
Compare-a, agora, com estes pensamentos da esposa:
"Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita"
a) Em algum momento esses fragmentos demonstram os sentimentos e desejos do dentista como pessoa? Justifique. De acordo com o texto, o que é mais importante para a sociedade: o que o indivíduo realmente é ou o que ele parece ser? 04 – O mundo do dentista, até o episódio do nariz postiço, resumia-se a dois elementos básicos: a família esposa e filha) e a profissão (incluindo aí seus clientes e sua secretária).
a) Que comportamento têm essas pessoas quando ele insiste em agir de modo diferente?
b) De modo geral, tal qual ocorreu no caso do dentista, pode-se dizer que a sociedade reserva um único destino a todos aqueles que ousam ser diferentes. Qual é esse destino? 05 – A esposa suspeita que o marido tenha enlouquecido, os amigos o aconselham a procurar um psiquiatra. O psiquiatra conclui que ele está bem, apesar de apresentar um "comportamento estranho".
a) Que argumentos contrários o dentista apresenta diante da opinião do psiquiatra sobre seu comportamento?
b) No final da crônica, o narrador afirma que o dentista continua a usar o nariz: "agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios". Qual a diferença entre uma questão de nariz e uma questão de princípios? 06 – O dentista diz ao psiquiatra: "Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?". E o psiquiatra responde: "É... [...] Talvez você tenha razão...". E o narrador nos propõe uma questão: "O que é que você acha, leitor? Ele tem razão?".
Então dê sua opinião: O que é ser diferente? Somos o que somos ou o que parecemos ser? 07 – Você já ouviu a canção a seguir, de Rita Lee e Arnaldo Baptista, que fez sucesso na voz de Ney Matogrosso?
BALADA DO LOUCO
Dizem que sou louco
Por pensar assim [...]
Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu.
Sim, sou muito louco
Não vou me curar
Já não sou o único
Que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz.
Nessa letra de música, o eu lírico — isto é, a voz que se expressa no texto e que não é necessariamente o autor — nega-se a se "curar" e diz ter encontrado a paz?
a) Você acha que o dentista também encontrou a paz? Releia os três últimos versos da Balada do louco. Você acha que ser diferente pode trazer felicidade?
Soluções para a tarefa
Resposta:
(1 • Comportamento. (2 (A Observa-se uma gradação crescente. (2 (B A partir do momento que ele diz que aquilo não é uma brincadeira. (3 (A Não, em nenhum momento pensaram em seus sentimentos e desejos, sempre pensavam em sua carreira, reputação e em seu nome.
(3 (B O que ele parece ser. Uma prova disso, é que quando o dentista chegou ao seu consultório, com o nariz postiço todos começaram a abandoná-lo (até mesmo sua secretária que trabalhava com ele a 15 anos).
(4 (A Ninguém aceita, todos começam a abandoná-lo. (4 (B Sim, a sociedade tem preconceito e o destino é que todos acabam sendo excluído. (5 (A O argumento contrário utilizado pelo dentista, é dizer, que estranho é o modo que agem as outras pessoas, ele continuava o mesmo, apenas usando um nariz postiço. (5 (B A diferença é que “a questão do nariz” ele usava simplesmente por gostar e “a questão de princípios” ele o usa para ver até quando as pessoas vão ficar longe dele e se vão voltar a ser amigos dele. (6 Ser diferente é ser como o dentista, querer ser do seu jeito não do jeito que os outros o querem (quem quer agradar a todos, não agrada ninguém). Somos o que nós somos. (7 (A Sim, ele sempre foi feliz, mas do seu jeito. (7 (B Sim. Eu acho que ser louco pelo jeito de vestir, andar, ser, ou fazer qualquer outra coisa pode trazer grandes felicidades.
Explicação:
Em relação à crônica de Luís Fernando Veríssimo é possível destacar que corresponde a uma crônica que realça o quanto as pessoas estão distantes uma das outras e fixas no exterior e não nos que as pessoas podem oferecer sentimentalmente. As respostas das alternativas apresentadas compreendem a:
Questão 1: A palavras que traduz o assunto central do texto é comportamento.
Questão 2. a. Nota-se uma gradação crescente em relação ao processo de irritação; / b. O comportamento entre a mão e a filha em relação ao esposo e pai começa a se modificar a partir do momento que ele afirma não ser brincadeira o uso do nariz.
Questão 3. a. Não pensaram nele como pessoa, ser humano, mas sim, estavam preocupados com a profissão. / b. O mais importante socialmente é o exterior, o que parece ser.
Questão 4: a. Todos começam a deixar o dentista sozinho e ele acaba perdendo até mesmo seus clientes, / b. De modo geral foi determinado socialmente como as pessoas devem ser e como devem agir, como devem se portar, se vestir e ser, portanto, quem não se encaixa no esteriótipo definido acaba sendo excluído.
Questão 5: a. O dentista defini como estranho o modo como as outras pessoas se portam. / b. O uso nariz permaneceu porque ele começou a notar que as pessoas queriam que ele demonstrasse ser o que não era.
Questão 5: Na minha opinião ser deferente é não concordar com aquilo que foi fixo como correto e a maioria das pessoas acaba sendo o que não é para se encaixar na sociedade.
Questão 6: Conheço a música e é possível afirmar que ele foi feliz do seu jeito e diferir pode trazer felicidade, porém a pessoa deve ter consciência de que vai enfrentar muitos obstáculos e muitas pessoas não aceitaram a própria essência.
Refletindo a crônica de Veríssimo
As crenças em relação à beleza, a percepção do belo, está atrelada a crônica apresentada por Luís Fernando Veríssimo. Mas esse tema vem fazendo parte de constantes discussões desde a idade média, através dos estudos gregos, pois os grandes estudiosos da humanidade sempre destacaram a beleza como algo subjetivo.
A sociedade impõe a beleza e apresenta os modelos de beleza, mas o que é belo para os olhos de uma pessoa pode não estar em consonância para outra. O que Veríssimo destacou em sua crônica, nas entrelinhas, é que as pessoas seguem regras e comportamento sem, realmente, refletir se essas concordam com essa visão de mundo. É como se houvesse uma cartilha que apresentasse o certo e o errado e deixasse de lado o desenvolvimento do nosso próprio juízo, das nossas próprias escolhas.
Saiba mais sobre as crônicas de Luís Fernando Veríssimo em:
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