Crônica 5 - Rio, 30 de setembro de 1892
A carestia é ainda hoje a perseguição do povo nesta capital como o era ontem — o que podemos levar ao conhecimento dos leitores de cartas fluminenses, por menos que o creiam.
Com a modificação do câmbio, o preço do café, do grande objeto de nossa exportação, do grande alimento da vida comercial do nosso exploradíssimo e espoliadíssimo país (chama-se geralmente inexplorado este infeliz Brasil!) ressentiu-se imediatamente. Anda por quatorze e quinze mil réis, o que ainda há meses se avaliava em vinte e oito e trinta mil, no orçamento dos lucros do fazendeiro.
No mercado miúdo, porém, como não se trata mais de extorquir pechinchas de uma grande classe nacional, nos botequins, onde impera a ganância a varejo, como a exportação pelo sistema desta terra, impera a ganância por atacado — o preço insolente de cem réis a xícara, captação revoltante sobre a paciência pública, com os seus ares mansinhos de ninharia, o preço insolente da carestia perdura inabalável.
POMPEIA, R. In: COUTINHO, A. (Org.) Obras Raul Pompéia: crônicas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, OLAC, 1982 (fragmento).
O realismo como movimento literário se faz presente na crônica de Raul Pompéia porque o texto visa
a) descrever para o leitor as decisões econômicas do país e a condição difícil para a economia brasileira.
b) denunciar ao leitor a gravidade de um problema social que interferia na vida cotidiana das pessoas.
c) narrar uma situação problemática no país e as consequências dela para o preço da cultura do café.
d) discutir as possibilidades de solução para a crise pela qual o Brasil passava no final do século XIX.
e) reafirmar a importância do café para a economia brasileira por ser um produto de exportação.
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Letra B pois "por quatorze e quinze mil réis, o que ainda há meses se avaliava em vinte e oito e trinta mil, no orçamento dos lucros do fazendeiro" e "o preço insolente de cem réis a xícara, captação revoltante sobre a paciência pública, com os seus ares mansinhos de ninharia, o preço insolente da carestia perdura inabalável" torna clara essa afirmação
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