Português, perguntado por gabisaber, 1 ano atrás

critica sobre o filme a guerra de canudos

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Respondido por yasmin133286
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O filme “Guerra de Canudos” retrata com fidelidade e de forma clara os acontecimentos referentes a um episódio real da história brasileira: A guerra de canudos. O filme ambienta-se no período republicano de nossa história, mais precisamente, nos anos de 1996 e 1997 e seus acontecimentos se passam no sertão baiano.

O clima seco do sertão, a miséria na qual a população local estava mergulhada e o descaso por parte da república com esta situação de miséria estão sempre em evidência no filme. Estas duas últimas características estão sempre sendo reforçadas por Antônio Conselheiro (beato que percorria o sertão pregando e o personagem mais importante da história real) e por seus seguidores, entre eles, uma família sertaneja pobre a qual o filme dá uma maior atenção.

É neste contexto explicado anteriormente por três fatores que a história se desenvolve. Antônio Conselheiro começa a pregar pelo sertão a palavra de Deus e também promete condições melhores de vida ao povo nordestino, o que leva muitas pessoas a segui-lo em busca deste ideal. Quando Conselheiro e seus seguidores chegam a canudos, estes finalmente se estabelecem e a condição miserável de muitos melhora absurdamente. A religiosidade e o respeito a Antônio Conselheiro se fazem sempre presentes.

Vendo que a região de Canudos oferecia melhores condições de vida, muitos outros sertanejos (dentre eles, jagunços) começam a migrar para viver e trabalhar em canudos. O problema ocorre quando fazendeiros locais e a Igreja Católica exigem que a república tome alguma providência em relação a Canudos. Ambos exigem isto por motivos distintos. Os fazendeiros estavam insatisfeitos com a perda de mão-de-obra, que migrou para Canudos e a Igreja estava insatisfeita, pois notara que estava perdendo muitos fiéis para Antônio Conselheiro (que apesar de ter fé na bíblia católica não era um padre nem qualquer tipo de representante da instituição)

A república decide por destruir Canudos, alegando que Antônio Conselheiro visava reestabelecer a monarquia, algo que era visto como abominável no contexto da república da espada.

Ocorrem quatro grandes expedições a Canudos, dentre as quais apenas a 2ª, a 3ª e a 4ª foram organizadas pelo governo. Apenas a última (mesmo que com certa dificuldade) consegue efetivamente destruir a cidade, aniquilando totalmente a população local. Uma curiosidade acerca destas expedições a Canudos foi que Canudos apenas resistiu bastante aos ataques da república porque havia grande número de jagunços que migraram para lá e estes conheciam o local. Também é interessante citar o fato de que Antônio Conselheiro pregava, desde a fundação de Canudos, que ocorreriam quatro grandes ataques a Canudos, sendo que os três primeiros, Deus os conteria e, o último (e o que efetivamente destruiu Canudos), ele não saberia dizer.

Um ponto interessante é que em alguns pontos, o filme chega a levantar questões curiosas que entram em choque com algumas bibliografias históricas. Um exemplo claro deste choque foi o de que algumas bibliografias afirmam que a quarta expedição, com canhões e armas potentes, destruiu Canudos sem grandes dificuldades enquanto que o filme mostra que houve grande dificuldade e demora para que a quarta expedição pudesse ,finalmente, tomar Canudos.

É com esta história que Euclides da Cunha, embasado na teoria do determinismo social, lança o livro “Os Sertões” que inicia o período de transição literária conhecido como pré-modernismo.

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