criem um conto pra mim?
Soluções para a tarefa
Há vários anos, quando os corvos possuíam cores, havia em um milharal um espantalho muito solitário. Dia após dia, ele observava os corvos, sonhando em um dia poder voar com eles, mas sempre acabava os espantando. Até que um dia, um corvo ferido e temporariamente cego, caiu aos pés do espantalho, que rapidamente o pegou nos braços e cuidou dele. Os dias se passaram até que o corvo pudesse novamente enxergar, devido aos cuidados que lhe dava o espantalho, que agora já não se sentia tão só. Ao recuperar totalmente a visão, qual não foi a surpresa do corvo ao descobrir que seu cuidador se tratava do espantalho do milharal. Assustado, ele voou pra longe e não mais voltou naquele dia.
O espantalho, muito triste, decidiu que não queria mais ser um espantalho, que queria seu amigo de volta. Decidido, saiu do milharal e foi até à casa falar com seu dono. Ao ver um espantalho vivo batendo na porta, o fazendeiro imediatamente convocou os aldeões e iniciaram uma caçada ao espantalho enfeitiçado. Sem ter pra onde fugir, o espantalho entrou no moinho, subiu até a topo e chamou por seu amigo. Os aldeões cercaram o moinho com tochas e incendiaram-no, na esperança de queimar o espantalho, convencidos de que se tratava de um ser maligno.
Não muito longe dali, os corvos avistaram a fumaça que se fazia no céu e foram ver o que estava havendo. Ao reconhecer o velho amigo que o salvara, o corvo cego, agora não mais cego, pediu ajuda aos outros corvos e juntos levaram água no bico para apagar as chamas. A ação dos corvos assustou os aldeões, que foram embora, deixando que as chamas consumissem o que restara do velho moinho de madeira. Após muitos esforços, o fogo finalmente cessara e no chão queimado de madeira, ficaram apenas um chapéu de palha sobre um pequeno monte de cinzas e palhas queimadas. O espantalho se foi.
O corvo pegou o máximo de cinzas que conseguiu, voou o mais alto que pôde e soltou-as no ar. Os outros corvos fizeram exatamente o mesmo e, em instantes, o que sobrara do espantalho estava voando junto aos corvos, carregado pelos ventos. De agora em diante, ele jamais estaria sozinho.
A partir de então, os corvos tornaram-se negros, em sinal de luto pelo velho amigo.