CORINTHIANS (2) vs. PALESTRA (1)
Miquelina cravava as unhas no braço gordo da Iolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mil pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
[...]
— Neco! Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
— Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando. Achando aquilo um desaforo, um absurdo.
Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians!
[...]
Miquelina fechou os olhos de ódio.
[...]
— O Rocco é que está garantindo o Palestra. Aí, Rocco! Quebra eles sem dó!
A Iolanda achou graça. Deu risada.
— Você está ficando maluca, Miquelina. Puxa! Que bruta paixão!
Era mesmo. Gostava do Rocco, pronto. Deu o fora no Biagio (o jovem e esperançoso esportista Biagio Panaiocchi, diligente auxiliar da firma desta praça G. Gasparoni & Filhos e denodado meia-direita do S. C. Corinthians Paulista, campeão do Centenário) só por causa dele.
MACHADO, A. de A. Novelas Paulistanas. Belo Horizonte; São Paulo: Itatiaia; Edusp, 1988.
O texto, produzido durante os primeiros anos do Modernismo brasileiro, apresenta nítida influência do Cubismo, como se vê
a) na depreciação do caráter da figura feminina.
b) no enfoque na simultaneidade de acontecimentos.
c) na valorização do padrão próximo do coloquial.
d) na preocupação com a desvalorização do amor.
e) no emprego do humor anulando a temática afetiva.
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c) na valorização do padrão próximo do coloquial.
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