Português, perguntado por kainakarpen2020, 9 meses atrás

cordel falando sobre arte​

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Respondido por silveirasirlene
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Resposta:

Literatura de Cordel

Depois de conhecermos os principais tipos de reprodução artística (veja aqui) vamos conhecer hoje uma manifestação cultural genuinamente brasileira que faz uso de um desses tipos de reprodução:

a Literatura de Cordel.

Origem

Inspirada nos menestréis medievais (cantores que declamavam textos e improvisavam rimas durante a Idade Média), a Literatura de Cordel que hoje conhecemos foi trazida na bagagem pelos portugueses e se instalou especialmente na região Nordeste brasileira.

Trata-se de um folheto simples impresso em papel barato à venda em feiras, bancas de jornais ou mercados populares. Mas, apesar de "simples" esse pequeno folheto  expressa ricamente nossa cultura popular brasileira, que, inclusive, é o tema desse bimestre (veja aqui).

O nome "cordel" vem da maneira como os folhetos eram  expostos antigamente: pendurados em cordas, como na imagem acima.  

Características do Cordel

Um cordel deve ser feito para ser facilmente transportado, é o chamado literatura de bolso. Por isso, não deve pesar muito nem ser muito grande. Cada folheto mede 16 centímetros de altura por 11 centímetros de comprimento apenas. Além disso, a folha utilizada é fina e leve e, geralmente, não contém muitas páginas (em média de 5 a 10 páginas de miolo). Esse tipo de material faz com que o cordel tenha um preço bem acessível  - cerca de 2 ou 3 reais apenas!

As histórias são contadas em forma de poesia, em versos, normalmente rimados, e, dependendo do tamanho, divida em capítulos. Por isso o escritor desse tipo de literatura é chamado de poeta cordelista.

Em comum essas histórias são curtas e divertidas. Trata-se de temas do nosso cotidiano, episódios corriqueiros com os quais qualquer pessoa se identificaria.  

Veja um trecho de P. B. Barja:

O Cordel

(P. B. Barja)

O cordel é uma poesia

altamente popular;

no Brasil chegou faz tempo,

no Nordeste foi morar;

tem muita sonoridade

e da na gente a vontade  

de em voz alta declamar

Por ser curtinho e barato

dá pra ler e pra guardar

a leitura nos diverte

e põe a gente a pensar

Fala de tudo que é tema:

vida, notícia, dilema

- tudo se contar

Dessa forma, qualquer pessoa pode escrever um cordel e essa é a graça desse tipo de literatura: é extremamente popular!

Mas é claro que alguns cordelistas acabam se destacando. Artistas que têm o dom das palavras e sabem contagiar e envolver o público com histórias que falam da vida e da morte, do bem e do mal, da alegria e da tristeza, e assim por diante.  

No site Academia Brasileira de Literatura de Cordel você pode conhecer alguns dos principais cordelistas brasileiros e suas mais importantes obras.  

 

A xilogravura no Cordel

Como eu disse no começo, outra característica importante dos cordéis são as ilustrações da capa, geralmente feitas na técnica da xilogravura. Só pra relembrarmos, a xilogravura é uma técnica de reprodução de imagens e textos que utiliza uma chapa de madeira como matriz. Essa matriz então é talhada e, feito os altos e baixos relevos, passa-se a tinta a depois a impressão num papel.  

Um dos mais conhecidos xilogravurista, e também cordelista, brasileiro é J. Borges. Suas gravuras retratam cenas do folclore brasileiro, personagens comuns, personagens históricos e heróis nordestinos.

Veja algumas de suas gravuras:

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