Convido vocês a lerem esta crônica do autor Luis Fernando Veríssimo (Crônica engraçada) e a crônica de Marta Medeiros (Crônica do amor).
*CRÔNICA ENGRAÇADA*
Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar: duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas. Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP. Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, “em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!” ela disse. Então, sugeri a cozinha. Nós sempre andamos de mãos dadas… Se eu soltar, ela vai às compras! Ela tem um liquidificador, uma torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico. Então, ela disse: “nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar”. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica. Lembrem-se: o casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100% dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a “senhora certa”. Só não sabia que o primeiro nome dela era “sempre”. Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas, tenho que admitir: a nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: “O que tem na TV?” E eu disse: “Poeira”.
*CRÔNICA DO AMOR*
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Depois de ler diversas vezes e com muita atenção as duas crônicas, reflita e responda sobre as seguintes perguntas:
• Qual será que foi a fonte de inspiração dos dois autores?
• Qual era a situação problema nas crônicas?
• Em que momento você se surpreendeu com o desfecho das crônicas?
• Você percebeu uma sequência temporal nos textos?
• Os autores apresentaram suas temáticas na ordem dos acontecimentos?
• Como é possível perceber isso?
Soluções para a tarefa
Respondido por
4
Resposta:
Explicação:
Manda só as perguntas porfavor
Respondido por
0
Após ler os textos Crônica engraçada e Crônica do amor fica patente que:
- A fonte de inspiração dos dois textos giram em torno do relacionamento amoroso entre duas pessoas. O primeiro trata de um casal já casado mais que não vive junto. O segundo fala da busca pelo amor;
- Na primeira crônica a situação problema é justamente o casamento, ou simplesmente o convívio no casamento. Na segunda, o problema se configura a partir das regalias para se encontrar um amor;
- A primeira crônica já nos surpreende logo em seu início, uma vez que o autor vai falar que sai com a mulher para jantar e isso de fato acontece, só que ambos saem em dias diferentes. A segunda surpreende quando estebelece a relação do amor entre duas pessoas diferentes;
- No primeiro texto, assim como no segundo não é possível perceber uma sequencia temporal;
- Nas duas crônicas, as temáticas não tem ordem de acontecimento;
- Isso é percebido porque nas suas crônicas não tem acontecimentos sequenciais.
Sobre as cronicas:
- Apesar de tratarem de assuntos semelhantes, os abordam de forma diferente;
- A primeira apresenta o casamento de forma engraçada;
- A segunda mostra as regalias de um amor de verdade.
Mais sobre crônicas em: https://brainly.com.br/tarefa/10706682
#SPJ2
Anexos:
Perguntas interessantes
• Qual era a situação problema nas crônicas?
• Em que momento você se surpreendeu com o desfecho das crônicas?
• Você percebeu uma sequência temporal nos textos?
• Os autores apresentaram suas temáticas na ordem dos acontecimentos?
• Como é possível perceber isso?