Conversa Filosófica:1. perda do ponto fixoPascal escreveu que "O silêncio eterno dos espaços infinitos apavora", em referência clara ao mal estar criado pelas descobertas cientificas de seu tempo. compare essa frase com os versos abaixo, do poema "Demogorgon", de Fernando Pessoa (1888-1935). O que eles têm em comum?Não, não, isso não!Tudo menos saber o que é o Mistério!Superfície do Universo, ó Pálpebras Descidas,Não vos ergais nunca!O olhar da Verdade Final não deve poder suportar-se!Deixai-me viver sem saber nada, e morrer sem ir saber nada!A razão de haver ser, a razão de haver seres, de haver tudo,Deve trazer uma loucura maior que os espaçosEntre as almas e entre as estrelas.Não, não, a verdade não! Deixai-me estas casas e esta gente;Assim mesmo, sem mais nada, estas casas e esta gente...
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Os textos I e II se convergem no seguinte ponto: Pascal, ao final da frase, demonstra pavor com o mar, com "os espaços infinitos", e Fernando Pessoa manifesta neste poema sua vontade de não saber dos mistérios, preferindo assim viver, porém sem aprofundar-se ou buscar saber dos mistérios os quais não entendemos.
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