Conversa de menino
Rachel de Queiroz
Amanheceu aberta uma rosa, uma rosa grande e rubra, na roseira do meu jardim. Modesto jardim à moda antiga, um pedaço de grama, um pé de manacá, um coqueiro-anão, um jasmim-do-cabo, algumas roseiras. Nem jardim propriamente é. Mas para o meninozinho que nasceu num décimo-primeiro andar, que tem pai comerciário e mãe oficial administrativo – para aquele garoto o meu jardim é um parque, um reino. Ele mal foi saltando do carro, juntou as mãozinhas, riu e disse que lá estava um balãozinho de papel encarnado em cima daquela planta. A mãe que tem hábitos pedagógicos, logo explicou que aquilo era uma rosa numa roseira. O menino entretanto não concordou, disse que só era então um “balão de roseira”. E quando insistiram em que se tratava de uma flor, o rapaz perdeu a paciência: “Flor é pequenininho, e só dá na feira”. Nativo da Zona Sul, natural que pense que as flores e os legumes nascem nas barracas. Depois entrou em casa: entrou e parece que não gostou ou não entendeu. Foi perguntando onde é que ficava o elevador. E sabendo que não havia elevador, indagou como é que se ia para cima. Nós explicamos que não havia lá em cima. Ele ficou completamente perplexo e quis saber onde é que o povo morava. [...]
(QUEIROZ, Rachel de. Conversa de menino. In: Ver de novo: histórias sobre o meio ambiente. Coleção para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2013, p. 54-55.)
Questão 03 - A perplexidade do menino deve-se ao fato de que
(A) ele apenas conhece aspectos da vida na cidade.
(B) a mãe conseguiu explicar bem o que é uma flor.
(C) ele havia estado em um jardim antes.
(D) a mãe também explicou que não havia elevador
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Resposta:
letra A
Explicação:
ELE ERA APENAS UM MENINO DA CIDADE, NÃO CONHECIA CAMPO FLORES, HORTALIÇAS, ETC....
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