Controle das migrações??????????
Soluções para a tarefa
Este artigo faz parte de um esforço coletivo por compreender a gênese e as transformações das políticas de controle das migrações internacionais na América do Sul (1) e de um particular interesse na produção histórica e social da "imigração ilegal". A literatura científica de maior circulação sobre o desenvolvimento do controle migratório nas sociedades ocidentais mostra um claro predomínio de pesquisas relacionadas com as políticas e práticas de controle realizadas, tanto no passado quanto no presente, por instituições estatais do Atlântico Norte (Estados Unidos, Canadá e União Europeia) e, em menor extensão, por outros Estados da região Ásia-Pacífico (principalmente Austrália). Em geral, há uma omissão ou atenção marginal daquelas que tiveram e ainda tem lugar em outras partes do mundo como a região sul-americana. Não há razões empíricas que justifiquem essa desatenção, já que alguns Estados-nação como o argentino e o brasileiro tiveram uma alta participação como países receptores de imigração durante a época da chamada "imigração de massas" ou das "grandes migrações" entre 1880 e 1930, promovendo leis que instituíram a figura da deportação. Em números absolutos, Argentina recebeu, até 1930, ao redor de 6,5 milhões de imigrantes, posicionando-se acima do Canadá (5 milhões) e Austrália (3,5 milhões) (2). Em termos relativos, a porcentagem da população estrangeira sobre a população total excedeu amplamente a existente naqueles tempos nos Estados Unidos. O Brasil, por sua vez, atingiu cifras absolutas que o posicionam entre Canadá e Austrália (4 milhões em média). Durante a última década do século XIX, o peso relativo da população estrangeira foi maior que nos Estados Unidos. Também tem sido esquecido o estudo das políticas e práticas de controle migratório no restante dos países sul-americanos que, apesar de não receber grandes quantidades de imigração, implementaram medidas específicas tanto para evitar o ingresso quanto para possibilitar a expulsão dos estrangeiros "indesejáveis".