Contratar ou não contratar?
Anderson é gerente de recrutamento e seleção de uma
empresa multinacional de automóveis com filiais espalhadas por
todo o Brasil. Os automóveis dessa marca são as mais vendidas e
dominam o mercado desde os modelos mais simples até os mais
caros. Apesar da crise econômica do país, a organização ainda
manteve a ampliação de uma unidade em São Paulo, prevista
desde 2016, o que tem mobilizado um número imenso de
canditatos para cada posto de trabalho.
Neste momento, Anderson está em processo de seleção de
novos profissionais para diferentes cargos na montadora, desde
advogado, engenheiro de segurança de trabalho, engenheiro
elétrico e engenheiro mecânico, passando por analista de controle
interno, contador, telefonista, até as funções de serviços gerais.
Para os cargos de engenheiro mecânico e secretária da
diretoria, dentre os diversos candidatos, destacam-se neste
estudo, trechos de duas entrevistas que Anderson realizou.
Primeira entrevista
– Bom dia, Senhor Lúcio. Como vai? – falou, apertando a mão
do jovem – Sente-se, por favor.
E, somente para introduzir a entrevista, perguntou algo que já
constava nos dados pessoais do currículo do candidato:
– O senhor é daqui mesmo de Campinas?
– Não, senhor, nasci e cresci em Arcos, Minas Gerais. Vim
para Campinas há 6 anos para estudar e, agora que me formei,
não quero voltar. Sabe como é... lugar pequeno, sem
oportunidades.
– É? Nem sei onde fica essa cidade! Está mesmo no mapa?
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Falou em tom de zombaria.
– Existe sim. Fica no centro-oeste de Minas, é a terra do
calcário.
– Deixa pra lá. Vamos falar sobre suas habilidades...
Após quinze minutos de conversa, Anderson encerrou com
outra zombaria:
– Olha, rapaz, se você está há seis anos em Campinas, como
ainda tem esse sotaque de mineiro? Sem pretender ofendê-lo,
mas desejando ajudá-lo, tenho de dar-lhe uma dica: mude esse
sotaque! Mineiro fala feio demais! Por favor, aguarde o contato de
nossa secretária para dar-lhe o resultado deste processo seletivo.
Levantou e estendeu a mão para o candidato, despedindo-se.
Segunda entrevista
– Boa tarde, Senhorita Cássia. Candidatou-se ao cargo de
secretária da diretoria, não é?
– Sim.
– Tem experiência comprovada em seu currículo. Verifiquei
aqui – disse isso, apontando para o currículo dela que tinha nas
mãos.
– Fala bem o inglês?
– Sim, estudei em Londres o último ano do ensino superior.
– Ah, então seu inglês é britânico...
– Sim, o sotaque do inglês britânico é carregado de história, o
genuíno sotaque de onde a língua nasceu, se desenvolveu... até
conquistar o mundo – falou ela com orgulho.
– Que bom! E o português? Tem redação empresarial?
– Sim, estudei dois anos de redação empresarial na faculdade.
Quinze minutos depois, Anderson, como era de costume em
suas entrevistas, levantou-se, estendeu a mão para se despedir e
disse:
– Bem, Senhorita Cássia, obrigado por ter vindo à entrevista.
Já na porta para sair, a jovem pergunta:
– O senhor acha que tenho ‘menas’ chance que outra
candidata que fale o inglês norte-americano?
Desconcertado, Anderson apenas respondeu:
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– Vamos ver. Aguarde contato, por favor.
Hora de pensar
Após todas as entrevistas, Anderson relê as anotações que fez
sobre as percepções obtidas nas entrevistas daqueles dois
candidatos aos cargos. Necessita escrever o resultado, mas
pondera sobre o desempenho dos candidatos nas entrevistas e as
excelentes notas obtidas nas provas escritas.
QUESTÃO
ORIENTADORA
Em relação à variação linguística, os dois candidatos apresentam
aspectos bem distintos. Identifique a variação linguística de cada
um dos candidatos e explique o que gera o preconceito linguístico
em cada um dos casos.
Soluções para a tarefa
Respondido por
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nesse caso deve o bom o ruim o inédito e o invejoso de tudo isso deve se contratar
laisalmeida760:
Como assim você pode me esclarecer?
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