Português, perguntado por mariabarcel3671, 10 meses atrás

Considere os seguintes trechos extraídos dos livros Felicidade Clandestina e Como e porque sou romancista: I. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo. II. Meu imediato e êmulo, que me foi depois amigo e colega de ano em São Paulo, era o Aguiarzinho (Dr. Antônio Nunes de Aguiar), filho do distinto general do mesmo nome, bela inteligência e nobre coração ceifados em flor, quando o mundo lhe abria de par em par as suas portas de ouro e pórfiro. Ansioso aguardava ele a ocasião de se desforrar da partida que eu lhe havia ganho, depois de uma luta porfiada - Todavia não lhe acudiu a resposta de pronto; e passaria sua vez, se o diretor não lhe deixasse tempo bastante para maior esforço do que fora dado aos outros e sobretudo a mim - Afinal ocorreu-lhe a resposta, e eu com o coração transido, cedi ao meu vencedor o lugar de honra conquistado de grau em grau, e conseguia sustentar havia mais de dois meses. Nos trinta anos vividos desde então, muita vez fui esbulhado do fruto do meu trabalho pela mediocridade agaloada; nunca senti senão o desprezo que merecem tais pirraças da fortuna, despeitada contra aqueles que não a incensam. Com base nessas obras, é correto afirmar: -) Em Clarice Lispector, a cena de infância é utilizada para ilustrar o exercício do poder. Em José de Alencar, a cena constitui um exemplo das injustiças de que o autor, segundo ele próprio, seria vítima contumaz ao longo de sua vida. -) Ambos os autores, cada um em sua época, tematizam a luta de classes. -) As duas cenas de infância ilustram situações que, segundo cada narrador em suas particularidades, teriam reflexos traumáticos ao longo de suas vidas. -) Ambos os autores relatam momentos de ruptura comportamental na vida dos personagens. -) No texto de Clarice Lispector, a filha do dono de livraria encarna a maldade dos seres que exercem seu poder sobre as outras. Em José de Alencar esse papel é exercido por Aguiarzinho. Resposta correta: Em Clarice Lispector, a cena de infância é utilizada para ilustrar o exercício do poder. Em José de Alencar, a cena constitui um exemplo das injustiças de que o autor, segundo ele próprio, seria vítima contumaz ao longo de sua vida.

Soluções para a tarefa

Respondido por biamorais
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Boa noite.

-) Em Clarice Lispector, a cena de infância é utilizada para ilustrar o exercício do poder. Em José de Alencar, a cena constitui um exemplo das injustiças de que o autor, segundo ele próprio, seria vítima contumaz ao longo de sua vida. - CORRETA.

 -) Ambos os autores, cada um em sua época, tematizam a luta de classes. - Incorreta, não há essa temática no primeiro trecho, apenas no segundo, ao mostrar as diferenças entre como a classe da pessoa influi na facilidade com que ela consegue algo.

 -) As duas cenas de infância ilustram situações que, segundo cada narrador em suas particularidades, teriam reflexos traumáticos ao longo de suas vidas. - Incorreta. Não há cena de infância no segundo trecho, apenas no primeiro.

-) Ambos os autores relatam momentos de ruptura comportamental na vida dos personagens. - Incorreta, não é essa a temática dos textos.

-) No texto de Clarice Lispector, a filha do dono de livraria encarna a maldade dos seres que exercem seu poder sobre as outras. Em José de Alencar esse papel é exercido por Aguiarzinho. - Incorreta. Na primeira, podemos observar sim a relação de poder que  a filha do dono do livraria exerce na protagonista só porque pode o fazer, mas não ocorre o mesmo na segunda, em que Aguiarzinho é citado como beneficiado pelo sistema, mas não é inserido como um vilão.

Espero ter ajudado^^
Respondido por rangelmariaeduarda01
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Resposta:

letra A e a correta

Explicação:

caiu na minha prova e tava certo

espero ter ajudado

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