Considere o trecho:
Zilberman (1985) trata do conceito dacriança como centro de interesses da família unicelular e lembraque os primeiros textos infantojuvenis são de cunho didático ecaráter moralizante. Ela faz uma classificação sobre arepresentação da família, colocando-a em três modelos.
(VIEIRA, Adriana Silene; FIUZA, MarinaMiranda. A literatura infanto-juvenil. Londrina:Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017, p. 139)
Além da representação da família, as obrasliterárias também assumem formatos distintos em cada um dos trêsmodelos propostos pela autora. Isso posto, relacione-os àscaracterísticas das obras.
(1) eufórico
(2) crítico
(3) emancipatório
(a) As obras nesse modelo estariamcircunscritas ao ideário burguês, mostrando a valorização da vidadoméstica.
(b) As obras documentam o cotidiano,descrevendo famílias que não conseguem resolver os conflitostrazidos pelas crianças.
(c) As obras apresentam uma propostarenovadora no tratamento das relações familiares, com os heróis emposição autônoma em relação à dominação dos progenitores.
Assinale a alternativa que apresenta asequência correta da associação entre as colunas:
A) 1a – 2b – 3c
B) 1b – 2a – 3c
C) 1a – 2c – 3b
D) 1c – 2a – 3b
E) 1c – 2b – 3a
Soluções para a tarefa
A) 1a – 2b – 3c
Os modelos propostos por Zilberman são três, sendo eles:
Modelo Eufórico: Os progenitores são os responsáveis pelo poder. Isto é, os personagens sempre voltam para os seus lares. Existe uma valorização da vida doméstica.
Modelo emancipatório: Caracterizado pela autonomia do leitor, isto porque não existe uma intermediação dos pais. Nesse modelo, os personagens saem de suas casas, com um crescimento externo e sempre interrogando os fatos.
Modelo crítico: a família é tratada de uma forma crítica, com boa parte das histórias passando pelo contexto urbano, sendo que os personagens são de classe média. Esse modelo apresenta os problemas enfrentados por essas famílias.
Bons estudos!
Resposta:
a b c
Explicação:
Segundo a pag 139 do livro:
No modelo eufórico, a criança é frágil e só está segura quando dentro de casa,
protegida pelos pais. Os heróis que saem ou fogem de seus lares se arrependem
e acabam sempre retornando. Além disso, os progenitores são os que regulam
a vida familiar e são os detentores do poder econômico. Desse modo, a literatura
infantojuvenil vista dentro desse molde estaria circunscrita ao ideário burguês,
mostrando a valorização da vida doméstica.
O segundo modelo apresentado pela autora traz uma evolução em relação
ao primeiro. Trata-se do modelo crítico que traz uma representação verista do
contexto social urbano, denunciando os desequilíbrios domésticos, escondidos no
modelo eufórico. As obras classificadas no modelo crítico documentam o cotidiano descrevendo famílias que não conseguem resolver os conflitos trazidos pelas crianças.
Em outros textos, há descrição de famílias que fogem ao modelo tradicional, como
a família favelada em Coisas de menino, de Eliane Ganem. A literatura nesses textos
pode ser vista como instrumento de revelação das contradições do sistema burguês.
Mas, assim como no modelo eufórico, os heróis vivem no círculo familiar, só que com
incômodos e desajustes.
O terceiro modelo apresentado pela autora é o emancipatório, do qual Lobato
seria o primeiro exemplo, uma vez que traz uma proposta renovadora no tratamento
das relações familiares, com os heróis em posição autônoma em relação à dominação
dos progenitores e, desse modo, havendo uma supressão dos modelos estanques
entre adultos e crianças e da dependência dessas em relação àqueles. No entanto,
ainda há uma lacuna nas suas narrativas, pois o escritor suprime pai e mãe e coloca as
crianças em contato com a avó, que é mais uma administradora e professora.