Considere o trecho do poema “Profissão de fé”, de Olavo Bilac.
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto-relevo
Faz de uma flor.
[…]
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A ideia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
(Alceu Amoroso Lima (org.). Olavo Bilac: Poesia, 1977.)
01 – Dentre as seguintes passagens, extraídas de poemas de outros autores, assinale aquela que pode ser considerada um reiteração da proposta contida no fragmento de “Profissão de Fé”: *
1 ponto
a) “Este verso, apenas um arabesco / em torno do elemento essencial – inatingível.” (A rosa do povo, Carlos Drummond de Andrade).
b) “Assim eu quereria o meu último poema / Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais”. (O último poema, Manuel Bandeira).
c) “Musa ! (…) dá-me o hemistíquio d’ouro, a imagem atrativa, / A rima (…) / a estrofe limpa e viva.” (Musa impassível, Francisca Júlia)
d) “Mundo mundo vasto mundo, / se eu me chamasse Raimundo / seria uma rima, não seria uma solução.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade).
e) “Catar feijão se limita com escrever: / joga-se os grãos na água do alguidar / e as palavras na da folha de papel”. (A educação pela pedra, João Cabral de Melo Neto). um
Soluções para a tarefa
Resposta:
E) “Catar feijão se limita com escrever: / joga-se os grãos na água do alguidar / e as palavras na da folha de papel”. (A educação pela pedra, João Cabral de Melo Neto).
Explicação:
Ambos os autores, em seus trechos de poema, referem-se ao ato de escrever (entretanto, cada um à sua forma e estilo). Olavo Bilac compara sua escrita a um ourives refinando uma joia, lapidando-a (pois o parnasianismo se importava sobretudo com a forma do poema mais que com o seu significado). Já João Cabral de Melo Neto, autor modernista, rompe com essa ideia de que a beleza de um poema está em sua forma e métrica, comparando a escrita com o ato de catar feijões (jogam-se todos na mesa e vão sendo separados, tomando seus devidos lugares).
Resposta:
1)e 2)b
Explicação: