Filosofia, perguntado por rafagomes5516, 10 meses atrás

Considere o trecho do Discurso do Método citado abaixo e, com base nele, exponha as razões alegadas por Descartes para concluir que "a alma é […] inteiramente distinta do corpo". "Depois, examinando atentamente o que eu era e vendo que podia supor que não tinha corpo algum e que não havia qualquer mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário, pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas, seguia-se mui evidente e mui certamente que eu existia; ao passo que, se apenas houvesse cessado de pensar, embora tudo o mais que alguma vez imaginara fosse verdadeiro, já não teria qualquer razão de crer que eu tivesse existido; compreendi por aí que eu era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar nem depende de qualquer coisa material. De sorte que esse eu, isto é, a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo e, mesmo, que é mais fácil de conhecer do que ele, e, ainda que este nada fosse, ela não deixaria de ser tudo o que é." (Discurso do método, Quarta parte)

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Respondido por EduardoPLopes
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A alma é distinta do corpo, para Descartes, pois ela é compreendida de maneira diferente (de forma imediata, pela consciência, e não mediada pelos sentidos, como o corpo) e não possui natureza material, podendo a alma existir apenas como um aspecto da razão enquanto o corpo não.

Com base nisto, Descartes buscava fundamentar a ciência não com base na experimentação, nos sentidos, mas sim com base na Razão pura, já que os sentidos podem nos enganar (com ilusões de ótica, por exemplo), e a Razão, desde que guiada por ideias claras e distintas, não. Foi um pioneiro importante no desenvolvimento do racionalismo.

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