Considere o seguinte trecho:
“E se tivesse de competir outra vez a respeito das sombras com aqueles eternos prisioneiros, quando ainda se ressentisse da fraqueza
da vista, por não se ter habituado com o escuro – o que não exigiria pouco tempo – não se tornaria objeto de galhofa dos outros e não
diriam estes que o passeio lá por cima lhe estragara a vista e que não valia a pena sequer tentar aquela subida? E se porventura ele
procurasse liberta-los e conduzi-los para cima, caso fosse possível aos outros fazer uso das mãos e matá-lo, não lhe tirariam a vida?”
Este trecho é uma alusão à morte de Sócrates. Explique por quê.
Soluções para a tarefa
O texto foi retirado do Livro VII - A República de Platão, relatando o Mito da Caverna. A fala em questão pertence a Sócrates: "E se porventura ele procurasse liberta-los e conduzi-los para cima, caso fosse possível aos outros fazer uso das mãos e matá-lo, não lhe tirariam a vida?”
Sócrates, considerado o mais sábio dos homens, no seu tempo, foi acusado por três cidadãos atenienses de não venerar os deuses da cidade, de introduzir inovações religiosas e de corromper os jovens de Atenas. Foi condenado à morte por envenenamento, obrigado a ingerir cicuta.
O texto faz alusão à sua morte, pois fica claro que Sócrates, via além das sombras da caverna e do mundo das aparências, para conduzir os homens à luz do conhecimento.
Disse Sócrates em seu julgamento, "Enquanto eu puder respirar e exercer minhas faculdades físicas e mentais, jamais deixarei de praticar a filosofia, de elucidar a verdade e de exortar todos que cruzarem meu caminho a buscá-la [...] Portanto, senhores [...] seja eu absolvido ou não, saibam que não alterarei minha conduta, mesmo que tenha de morrer cem vezes."
Bons estudos!