Considere o excerto abaixo:
Desde a obra “A democracia na América” (1835), de Alexis de Tocqueville, tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com a América Ibérica, constituindo este exercício uma fonte de inspiração da imaginação social no continente.
Nessa obra, a América do Sul é descrita como o lugar em que a pujança da natureza debilitaria o homem, enquanto, na América do Norte, a natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo era “grave, sério, solene dissera-se que fora criada para se tornar província da inteligência, enquanto a outra era a morada dos sentidos”. (...) A reflexão social latino-americana no século XIX, já testemunha dos sucessos econômicos e políticos dos Estados Unidos, tomou-os como paradigma em sua luta orientada contra o que seria o seu atraso constitutivo, resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigente em seus espaços nacionais (...). No caso do Brasil, a comparação com os Estados Unidos também esteve presente ao longo de nossa história, influenciando diretamente os embates sobre o processo da modernização brasileira. Nossa herança ibérica, marcada por um Estado forte e pela valorização do público, seria compatível com os valores do mundo moderno então emergente? Ou, de forma alternativa, ela teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja superação em direção à modernidade exigiria uma ruptura com esse passado? Desde já, é importante ressaltar que, ainda que os conceitos iberismo e americanismo tenham sido formulados a posteriori, não estando presentes nos vocabulários dos autores consagrados como fundadores da tradição de interpretar o Brasil, eles fornecem uma chave interpretativa para o estudo do processo de nossa formação histórica. VIANNA, Luís Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e americanismo. In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011, p. 248-249. Quanto à constituição do fragmento de texto exposto acima, deve-se
1: analisar a presença humana e suas competências em agir na natureza, com o objetivo de implantar uma sociedade igualitária.
2: reconhecer que a obra de Alexis de Tocqueville inaugurou uma nova forma de pensar a América, baseada mais na emoção do que na razão.
3: compreender que a forma de pensamento social na América Latina do século XIX viabilizou os Estados Unidos como ponto de referência para o esforço de concretização de objetivos na América Ibérica.
4: entender as distinções da democracia estadunidense em relação à democracia latino-americana, levando em consideração que a democracia estadunidense é durável, universal e foge à interferência humana.
5: afirmar que as distinções existentes entre América Latina e América Anglo-Saxônica são provenientes das distinções culturais existentes entre povos ameríndios que habitavam essas regiões no período anterior à conquista e colonização europeia.
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1 é falsa, o trecho fala apenas de "progresso", não falando, necessariamente, na construção de um mundo igualitário.
2 é falsa, pois o que se basearia mais na emoção que na razão, de acordo com Tocqueville, seriam os próprios modos de vida dos latino-americanos, a obra e o viés interpretativo mesmos não possuem estas características.
3 é verdadeira, de modo que a obra de Tocqueville funda uma tradição na qual os Estados Unidos são vistos como fonte de inspiração para os latino-americanos.
4 é falsa, nenhum sistema político foge da influência humana.
5 é falsa, as distinções se dariam por conta dos sistemas coloniais diversos que foram implementados.
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