“Consciente das transformações de seu tempo, Gramsci, quando trata das relações que intercorrem entre sociedade política e sociedade civil, procura evitar equívocos, seja de caráter economicista e liberal, seja de caráter organicista e totalitário. Os primeiros, identificando o Estado com o governo, separam o Estado da sociedade civil, considerando-a um setor autônomo, regulado por normas "naturais" de liberdade econômica: "Naturalmente, os liberais ['economicistas'] que consideram o Estado veilleur de nuit gostariam que a iniciativa histórica fosse deixada à sociedade civil e às diversas forças que aí despontam, com o `Estado' guardião da `lealdade do jogo' e de suas leis". As outras confusões derivam dos sistemas totalitários que visam identificar Estado e sociedade civil, unificando "ditatorialmente" os elementos da sociedade civil no Estado, na "desesperada busca de controlar toda a vida popular e nacional". Nesse caso, hegemonia e ditadura são unificados, o consenso é obtido com a força e todas as manifestações sociais acabam centralizadas e dominadas pelo Estado. (...) Para evitar os perigos do "economicismo" e do "estatismo", Gramsci defende uma relação dialética de "identidade-distinção entre sociedade civil e sociedade política", duas esferas distintas e relativamente autônomas, mas inseparáveis na prática. De fato, a primeira - composta de organismos privados e voluntários indica a "direção", enquanto a segunda estruturada sobre aparelhos públicos - caracteriza-se mais pelo exercício do "domínio". O Estado moderno não pode mais ser entendido como um sistema burocrático-coercitivo. As suas dimensões não podem se limitar aos instrumentos exteriores de governo, mas abarcam também a multiplicidade dos organismos da sociedade civil onde se manifesta a livre iniciativa dos cidadãos, seus interesses, suas organizações, sua cultura e seus valores, onde, praticamente, se estabelecem as bases do consenso e da hegemonia”. (SEMERARO, Giovanni. Da sociedade de massa à sociedade civil: a concepção da subjetividade em Gramsci. Educ. Soc., Campinas, v. 20, n. 66, Apr. 1999)
A sentença que melhor explica a relação entre Sociedade Civil e Sociedade Política, segundo o excerto acima, é:
Escolha uma:
a. Sociedade Política e Sociedade Civil são partes igualmente importantes na composição do Estado Moderno, sendo a primeira coercitiva e a segunda liberal.
b. Há uma diferença elementar entre a Sociedade Civil, lugar das instituições particulares, e a Sociedade Política, lugar das instituições públicas, mas não uma separação absoluta.
c. Os elementos institucionais privados, que têm seu lugar na sociedade política, estão intrinsecamente identificados com os elementos institucionais públicos.
d. Uma relação dialética entre Sociedade Civil e Sociedade Política implica numa relação dialética entre as classes sociais.
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