História, perguntado por rafaelisikava, 11 meses atrás

Conflitos entre indígenas e portugueses.

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Respondido por ana265881
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Resposta:

CONFLITOS NO BRASIL:

A relação entre os portugueses e os índios vai muito além da utilização da mão-de-obra e da exploração do pau-brasil. Cabe destacar, que para o povoamento do território foi imprescindível as alianças entre portugueses e determinadas tribos indígenas que viviam no território brasileiro. Num ambiente extremamente hostil, com um número de homens insuficiente, as alianças com indígenas era de fundamental importância para que os portugueses pudessem fazer frente a outras tribos indígenas inimigas e invasores estrangeiros.

Há de se destacar, igualmente, que a guerra entre índios era algo comum, uma verdadeira obsessão, até mesmo pela grande diversidade de culturas indígenas disputando território. Não raro, essas tribos viam um grande potencial em se aliar com os portugueses com a finalidade de derrotar tribos inimigas. Nessas guerras entre índios, os portugueses conseguiram, sem grandes dificuldades, por exemplo, um grande número de indígenas que eram capturados por tribos inimigas e trocados com os portugueses. Nesse sentido, é justo dizer, que a conquista do território pelos portugueses – e o extermínio de milhares de indígenas – tal qual na América espanhola, foi realizada com grande colaboração dos nativos que habitavam o território brasileiro.

Foram os índios, ou mais especificamente, os tupiniquins, por exemplo, que ajudaram os portugueses a expulsar os franceses do Rio de Janeiro, e mais que isso, os índios ficaram responsáveis por resguardar aquela região de ataque de invasores externos. Como prêmio pela grande colaboração, inúmeras lideranças indígenas ganharam territórios e prestígio, adotando, por vezes, nomes portugueses e se integrando a sociedade colonial que estava sendo formatada. Se por um lado, existiu uma impressionante aniquilação de tribos indígenas inteiras – através da guerra, ou do choque biológico – por outro, certamente milhares de índios foram aculturados e incorporados na nova sociedade que estava sendo construída, dando origem à composição genômica da sociedade brasileira, que apresenta quase 10% de ancestralidade indígena.

Os tupiniquins tiveram importante participação na colonização portuguesa da região de Santos e Bertioga no século XVI e na fundação da cidade de São Paulo, em 1554, pelos padre jesuíta Manuel da Nóbrega. Eram aliados dos colonizadores portugueses. O pesquisador Carlos Augusto da Rocha Freire consignou que os tupiniquins ocupavam, no século XVI, terras situadas entre o atual município baiano de Camamu e o Rio São Mateus (ou Rio Cricarê), no atual estado do Espírito Santo. Foram catequizados por jesuítas em “Aldeia Nova”, sofrendo com pragas exógenas (como a varíola) e endógenas (como as formigas, que lhes destruíram as plantações). Serafim Leite consignara, em História da Companhia de Jesus no Brasil, que o Acampamento dos Reis Magos era, quase todo, composto por tupiniquins.

Em 1610, o padre João Martins obteve, para os nativos, uma sesmaria, mensurada somente em 1760. O principal centro desse território era a vila de Nova Almeida, que, na data de sua demarcação, contava com 3 000 habitantes. Auguste de Saint-Hilaire registra, no início do século XIX, sua existência. Em 1860, o imperador brasileiro Pedro II encontrou-se, em Nova Almeida, com uma mulher tupiniquim, registrando o fato em seu diário. Em meados do século XIX, o pintor Auguste François Biard anotou sua presença em famílias dispersas, junto a imigrantes italianos.

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