Confidência do itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do itabirano. In: ______. Nova reunião – 23 livros de poesia. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009. p. 83.
Na quarta estrofe, o verbo transitivo direto e indireto “ofereço” tem como objeto indireto a expressão
A
“aço do Brasil”.
B
“de Itabira”.
C
“ora”.
D
“pedra de ferro”.
E
“te”
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Resposta:
Letra (b)
Explicação:
“de Itabira”.
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