Conclusão sobre a literatura angolana
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Resposta:
O que começou com o ímpeto da formação de uma literatura angolana foi,
gradualmente, transformando-se no desejo de afirmação da nacionalidade. O
empenho dos intelectuais angolanos na formação da literatura do país trouxe à
tona um projeto mais amplo e profundo, norteado pelo desejo de criação de uma
nação.
A existência de muitas culturas diferentes no país caracterizou o processo
de formação da literatura de Angola. Sem negar suas origens e nem sua condição
de colônia, os escritores angolanos aos poucos conquistaram seu espaço na
literatura e puderam, com isso, reescrever a história do país, até então narrada pela
metrópole. Assim, a literatura em formação do país foi transformando-se de
literatura colonial em literatura da angolanidade e em literatura de combate, até
que houvesse o estabelecimento de uma moderna ficção angolana.
Nessa literatura em transformação, a influência de escritores brasileiros,
como Jorge Amado, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, se deu em vários
níveis. Seja pelo caráter social e combativo, seja pelas recriações lingüísticas, a
literatura de um país que já foi colônia portuguesa serviu muitas vezes de
inspiração para os escritores angolanos.
Nesse sentido, principalmente através da literatura, “o processo de
conscientização de muitos setores da intelectualidade africana”, contou com o
suporte da cultura brasileira, que se fez presente ao oferecer “parâmetros que se
contrapunham ao modelo lusitano”.235
Vale ressaltar que as influências não se detêm à literatura brasileira.
Escritores como Gabriel García Márquez, Júlio Cortazar e Mário Vargas Llosa,
entre outros que figuram nas literaturas hispano-americanas, que também
experimentaram o processo colonial, são de importância capital na formação deBoaventura Cardoso e decerto influenciaram o autor que ele é hoje, como ele
mesmo afirma.236
Após 1975, todas as utopias que envolviam a liberdade, a reconstrução, o
recomeço e o sentimento de nação a serem adquiridas com o fim da colonização –
utopias estas que nortearam grande parte dos textos do período anterior à
independência – se transformaram em desilusão. Esse sentimento é representado
criticamente na produção literária de Boaventura Cardoso por meio da devastação
de cidades, de famílias, de ideais e de perspectivas para o futuro.
As guerras civis pelo controle do poder político do país que duraram 27
anos, somadas à profusão de movimentos religiosos motivados por interesses
econômicos, dificultaram as relações internas no país e postergaram ainda mais o
desenvolvimento da consciência nacional. Na literatura, escritores como Pepetela,
Manuel Rui e Boaventura Cardoso fazem referências a esse período bastante
conflituoso e sanguinário.
Sem harmonia interna, o sentimento de nação custa a se desenvolver na
sociedade. A destruição física e emocional do país proporcionada por guerras
civis intermináveis dificultou a formação da unidade nacional. Afinal, como
acreditar na construção de uma nação cujos dirigentes se voltam uns contra os
outros, em que a desconfiança entre o povo é crescente?
Foi apenas muito recentemente, em 2002, que Angola conseguiu alcançar
a paz. Contudo, no estado dilacerado em que se encontra o país, sua reconstrução
levará tempo. A literatura apresenta-se como uma forma de “dar a conhecer
acontecimentos que estão na origem de alguns traumas que sacodem o tecido
social angolano”.237 Partindo do princípio de que “se dizer literariamente
corresponde à prática de uma ação”238, aos escritores angolanos fica a tarefa de
agir, no sentido de recriar, denunciar e preencher as brechas existentes na história.
Assim, promove-se a compreensão da situação atual do país a fim de prospectar
melhorias para um futuro próximo.
Nesse sentido, cabe às nações irmãs, tendo em vista o histórico de
devastação, apoio, más e boas intenções que as conecta, colocar em prática os
projetos desenvolvidos pela CPLP. Como Ministro da Cultura, Boaventura
Cardoso “tem defendido uma política mais eficiente para as relações afro-luso-
brasileiras na CPLP, transferindo para além das linhas da ficção suas
preocupações”.239
Sob essa perspectiva, cabe aos dirigentes desses países assumirem o
compromisso firmado há tempos no sentido de reconstruir e de reerguer Angola,
compreendendo a política de globalização mundial como um dos meios possíveis
de auxílio para o restabelecimento do país no âmbito sócio-econômico.
Resposta:
Explicação:
Olá, tudo bem?
A literatura em Angola começa antes de sua independência em 1975.
Já em 1950 existe um grupo de intelectuais angolanos que a discutem e produzem.
A literatura desse pais versa sobre o preconceito, dos castigos corporais, da dor causada por perder entes queridos e sobre a exclusão social.
A literatura, de fato, traça o panorama deste país.
Sucesso nos estudos!!!