comunicação inclusiva braile: fazer uma pesquisa quando foi criado, por quê e por quem
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Resposta:
Braile nos dias de hoje: objeto de vitrine ou ferramenta indispensável?
Publicado em 08/04/2016 por REGINA OLIVEIRA
Há cerca de 5 mil anos, a humanidade obtinha uma de suas maiores conquistas: a escrita. Por meio de caracteres gráficos adaptados pelas diferentes civilizações, passamos a receber e a transmitir conhecimentos, o que foi fundamental para que chegássemos ao atual estágio de evolução social, cultural, científica, tecnológica e intelectual. Com a invenção da imprensa por Gutenberg, em 1455, essa difusão da informação passou a ser ainda mais rápida e fácil.
Buscando permitir que também as pessoas com deficiência visual pudessem se beneficiar dessa evolução, foram feitas muitas tentativas em diferentes partes do mundo para o desenvolvimento de alfabetos palpáveis. Esses esforços fracassaram por não se adequarem às especificidades da leitura tátil. Só em 1784, o filantropo Valentin Haüy fundou, em Paris, a primeira escola para cegos do mundo. Ali, os estudantes aprendiam a ler por meio da impressão de caracteres latinos em relevo linear. Esse processo, contudo, não lhes permitia a escrita.
No ano de 1819, o pequeno Louis Braille (1809-1852) – que havia perdido a visão aos três anos de idade em consequência de um acidente na oficina de seleiro de seu pai – entrou para a instituição, onde foi alfabetizado pelo método de Haüy. Em 1822, o garoto, dono de uma inteligência brilhante, teve sua atenção despertada pelo capitão Charles Barbier de la Serre, que apresentou aos alunos um sistema que havia desenvolvido para a comunicação noturna entre soldados e que ele pensava que poderia ser utilizado por pessoas com deficiência visual. A técnica do oficial apresentava a desvantagem de ser apenas fonética, mas Braille a utilizou como base para o desenvolvimento de sua própria metodologia, cuja primeira versão foi apresentada em 1825.
O Sistema Braille, baseado na combinação de seis pontos em relevo, permitia a representação do alfabeto e dos números, da simbologia matemática, fonética e musicográfica. Adaptava-se plenamente às peculiaridades da leitura tátil, pois cada caractere podia ser percebido pela parte mais sensível dos dedos por meio de apenas um toque. Apesar de ter levado algumas décadas para ser aceito na França, antes do final do século XIX, ele já havia se difundido pela Europa e por outras partes do mundo.
No Brasil, o método foi introduzido por José Álvares de Azevedo (1830-1854), jovem cego que havia estudado em Paris. Graças a seus esforços, foi fundada em 1854, no Rio de Janeiro, a primeira escola para pessoas com deficiência visual da América Latina – o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje, Instituto Benjamin Constant. Além da educação, a instituição dedicou-se também à produção dos primeiros livros em braile no país.