complemento da teoria de tales de mileto água?
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Anaximandro (fl. 560 a. C.) provavelmente foi o mais eminente dos Milésios, pois ele conseguiu ampliar a visão de Tales de modo a criar um sistema tão fortemente fundado que usou até para explicar fenômenos naturais como os ventos e a origem dos animais.
Devido à complexidade do pensamento é conveniente parti-lo em quatro: a natureza da matéria primeira, cosmogonia, a geração dos seres vivos e a lei universal.
Sobre a natureza da matéria, Anaximandro, por um lado, concorda com Tales, ela deve ser única; por outro, discorda dele quanto ao que deva ser sua natureza.
Essa discordância está fundada na percepção de que identificar a matéria primordial com água, ainda que metaforicamente, já é dar a ela alguma determinação.
Se eu disser que a matéria primordial é como água, já disse, implicitamente, que a matéria primordial é fluida, por exemplo.
Esse é um grande problema!
Pois, se tudo vem da matéria e a matéria é fluida, como explicar as coisas densas? Ou as coisas duras?
Alguém poderia discordar dizendo, mas a água de que Tales falava não é da mesma natureza dessa que se vê nos rios.
É verdade, contudo, se se atribui a matéria primordial a comparação com a água, é porque ela deve ter algum ponto de semelhança com a água, senão perde todo significado o nome.
Ou seja, a comparação da matéria primordial com a água, necessariamente, implicará alguma definição na matéria primordial.
Isso para Anaximandro é um problema, pois a determinação da matéria primordial a impossibilita de estar presente em coisas que são contrárias.
Por exemplo, se a matéria primordial for dura, como poderá ser o princípio do que é líquido?
Se for fria, como poderá ser o princípio do que é quente?
Isso significa que a matéria determinada não pode ser o princípio de tudo, somente das coisas que não lhes é oposta.
Portanto, para sustentar a tese de uma única matéria primordial para todas as coisas, é necessário admitir que a matéria primordial seja indeterminada.
Daí, a famosa frase de Anaximandro tudo é o indeterminado (apeiron).
A partir dessa tese importante surge o problema de explicar como as coisas se deram, afinal as coisas no mundo não são indeterminadas, todos sabem distinguir o que é um árvore do que é um cão.
Por isso é fundamental estudar a chamada cosmogonia de Anaximandro, ou seja, a história da origem do mundo.
As cosmogonias são comuns nos povos antigos, todos eles tinham uma forma de explicar a origem do mundo como se vê hoje; o que há de original aqui é Anaximandro gerar uma cosmogonia fundada, exclusivamente, na sua concepção racional de física.
Sobre a geração do cosmo, Anaximandro tem uma ideia própria de um gênio.
É importante perceber o problema que ele tem.
Por um lado, ele diz a matéria primordial que é o princípio de tudo que há, deve ser indeterminada por motivo de consistência.
Por outro lado, ele precisa mostrar como o indeterminado se torna determinado.
Nesse momento, ele toma por suposto que existe um movimento eterno na matéria.
Isso parece reflexo daquela ideia de Tales que pensava todas as coisas possuírem alma, ou seja, haver um princípio de movimento no interior da matéria.
Como a matéria é eterna, igualmente eterno deveria ser o movimento dentro dela.
Sendo assim, Anaximandro possui dois elementos: uma matéria sem forma definida e o movimento eterno dessa matéria.
A ideia é: o princípio de movimento da matéria deverá definir o indefinido.
A pergunta é: isso é possível?
A resposta seria: sim.
Espero ter ajudado!!
Devido à complexidade do pensamento é conveniente parti-lo em quatro: a natureza da matéria primeira, cosmogonia, a geração dos seres vivos e a lei universal.
Sobre a natureza da matéria, Anaximandro, por um lado, concorda com Tales, ela deve ser única; por outro, discorda dele quanto ao que deva ser sua natureza.
Essa discordância está fundada na percepção de que identificar a matéria primordial com água, ainda que metaforicamente, já é dar a ela alguma determinação.
Se eu disser que a matéria primordial é como água, já disse, implicitamente, que a matéria primordial é fluida, por exemplo.
Esse é um grande problema!
Pois, se tudo vem da matéria e a matéria é fluida, como explicar as coisas densas? Ou as coisas duras?
Alguém poderia discordar dizendo, mas a água de que Tales falava não é da mesma natureza dessa que se vê nos rios.
É verdade, contudo, se se atribui a matéria primordial a comparação com a água, é porque ela deve ter algum ponto de semelhança com a água, senão perde todo significado o nome.
Ou seja, a comparação da matéria primordial com a água, necessariamente, implicará alguma definição na matéria primordial.
Isso para Anaximandro é um problema, pois a determinação da matéria primordial a impossibilita de estar presente em coisas que são contrárias.
Por exemplo, se a matéria primordial for dura, como poderá ser o princípio do que é líquido?
Se for fria, como poderá ser o princípio do que é quente?
Isso significa que a matéria determinada não pode ser o princípio de tudo, somente das coisas que não lhes é oposta.
Portanto, para sustentar a tese de uma única matéria primordial para todas as coisas, é necessário admitir que a matéria primordial seja indeterminada.
Daí, a famosa frase de Anaximandro tudo é o indeterminado (apeiron).
A partir dessa tese importante surge o problema de explicar como as coisas se deram, afinal as coisas no mundo não são indeterminadas, todos sabem distinguir o que é um árvore do que é um cão.
Por isso é fundamental estudar a chamada cosmogonia de Anaximandro, ou seja, a história da origem do mundo.
As cosmogonias são comuns nos povos antigos, todos eles tinham uma forma de explicar a origem do mundo como se vê hoje; o que há de original aqui é Anaximandro gerar uma cosmogonia fundada, exclusivamente, na sua concepção racional de física.
Sobre a geração do cosmo, Anaximandro tem uma ideia própria de um gênio.
É importante perceber o problema que ele tem.
Por um lado, ele diz a matéria primordial que é o princípio de tudo que há, deve ser indeterminada por motivo de consistência.
Por outro lado, ele precisa mostrar como o indeterminado se torna determinado.
Nesse momento, ele toma por suposto que existe um movimento eterno na matéria.
Isso parece reflexo daquela ideia de Tales que pensava todas as coisas possuírem alma, ou seja, haver um princípio de movimento no interior da matéria.
Como a matéria é eterna, igualmente eterno deveria ser o movimento dentro dela.
Sendo assim, Anaximandro possui dois elementos: uma matéria sem forma definida e o movimento eterno dessa matéria.
A ideia é: o princípio de movimento da matéria deverá definir o indefinido.
A pergunta é: isso é possível?
A resposta seria: sim.
Espero ter ajudado!!
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