História, perguntado por beatrizdossan, 1 ano atrás

Compare o sistema agroexportador açucareiro ao sistema pecuarista.

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Respondido por falarodrigo
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Cara Beatriz,

A criação de bovinos na colônia portuguesa da América tinha por objetivo auxiliar no trabalho nos engenhos de açúcar, mas, com o crescimento do número de animais, estes passaram a destruir plantações de cana de açúcar (haja vista que não era tão comum a presença de cercas nas grandes áreas que formação as fazendas).

Em razão do lucro astronômico com o açúcar e a importância desse produto em termos de impostos e da própria continuidade do processo colonizador / invasor português, as autoridades estabeleceram uma Carta Régia, em 1701, que proibiam a criação de gado nas regiões litorâneas que não fosse, diretamente, relacionada aos trabalhos nos engenhos, o que impulsionou a colonização do interior do Brasil, inclusive do sertão nordestino.

Nesse sentido, a criação de bois e vacas nos estados nordestinos alcançava no século XVII mais de 600 mil animais. Ao contrário do uso da mão de obra escrava predominante na monocultura da cana, a pecuária colonial, geralmente, empregava trabalhadores livres, com o pagamento sendo feito com os filhotes, o que permitia a mobilidade social, com o vaqueiro se tornando dono do próprio rebanho. Além disso, havia o comércio de equinos e muares para o transporte, fortalecendo a atividade pecuária como voltada ao mercado interno, ao invés do modelo exportador que predominava na agricultura.

Resumindo:

A pecuária estava voltada ao mercado interno, empregava menos pessoas, não utilizava tanto a mão-de-obra escrava - empregando as pessoas por meio de algum tipo de pagamento, era praticada no interior - contribuindo para a expansão do território colonial português, bem como possibilitava certa mobilidade social, haja vista que o pagamento com bezerros e animais possibilitava ao peão formar seu próprio rebanho.

O sistema agroexportador açucareiro, por outro lado, estava voltado ao mercado externo, utilizava em grande quantidade a mão-de-obra escrava africana e afrodescendente, era praticada principalmente no litoral do território (ainda hoje, em muitos estados do nordeste, se você faz uma viagem pela BR 101 o que mais você vê é plantação de cana-de-açúcar), bem como praticamente não havia mobilidade social.

Bons estudos!
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