como viviam as pessoas na comunidade de canudos?
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A comunidade de Canudos, fundada por Antonio Conselheiro no final do século XIX, ficou conhecida como um local onde todos possuíam direitos iguais e não havia propriedade privada. Nada mais nada menos do que 25 mil moradores viviam no local, que sobreviveu a surpreendentes três incursões do exército brasileiro, sucumbindo apenas em 1897.
O jornalista Manoel Benício, responsável por um dos mais importantes testemunhos sobre o cotidiano de Canudos, nos apresenta uma comunidade em constante atividade, e onde todas as pessoas, independentemente do gênero e da idade, tinham os seus próprios afazeres: “As mulheres [diz ele] não estavam inativas”. Elas trabalhavam, entre outras coisas, no fabrico da farinha e na preparação do sal que era usado para o tempero e para suprir os diversos curtumes que ali existiam. “As moças [continua o autor de “O Rei dos Jagunços”] fabricavam redes de crauá, indo buscar nas caatingas feixes destas bromélias de que tiravam as fibras da casca verde, pilando-as e deitando-as em seguida no sol para as enxugar (...) Enquanto isto, o malho dos ferreiros batendo nas bigornas e zunindo como um grito de araponga anunciava que não havia falta de foice, faca, chuchos, machados, etc. no arraial (...) Metade das crianças banhava-se no rio, outra caçava a bodoque, besta e arcos, armando arapucas, mondéis e quixós nas caatingas para apanharem caça”.