Filosofia, perguntado por vilmalourdes1969, 4 meses atrás

como uma coisa que só faz barulho pode ser meio ou fim da arte?​

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Respondido por AnthonioJorge
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Uma coisa que só faz barulho pode ser meio ou fim da arte apenas se considerarmos a noção contemporânea e pós-moderna de arte.

Classicamente, uma música boa sempre deve conter os três elementos fundamentais da teoria musical:

  • ritmo
  • harmonia
  • melodia

O próprio desenvolvimento da história da música é o desenvolvimento destes três elementos, mesmo quando se fala da música contemporânea onde há brincadeiras com os aspectos mais tradicionais do ritmo, da harmonia e da melodia.

De modo análogo, é ruim a música que não possui uma harmonia - seja a música orquestrada, seja a música pop das rádios - ou a música que possui uma melodia sem criatividade ou um ritmo repetitivo.

Toda técnica musical exige estudo. Desafinação, falta de ritmo, desinteresse com a harmonia, despreocupação com o processo criativo, todos são aspectos de um mesmo problema: falta de amor à música e à arte. O ritmo é a marcação do tempo em uma música. A harmonia é a conjunção dos sons, a combinação das notas. Já a melodia é a sequência de notas e sons.

No período barroco, por exemplo, o ritmo era bastante marcado e fixo, por exemplo. No período barroco, a sonoridade da obra ganhou diversas ornamentações (como nos prelúdios de Bach). Em cima da harmonia, da valorização da combinação dos sons, a melodia ficou em um segundo plano. A prioridade no período barroco era com a harmonia - a música tonal. O que há aqui são experimentações sobre a harmonia.

No período clássico a proposta é resgatar a simplicidade, que guardaria em si a beleza. Assim, retira-se toda a ornamentação barroca e acrescenta-se a linha melódica, que ganha proeminência com Mozart, por exemplo.

O romantismo valoriza a linha melódica, resgatando um êxtase dos sentimentos humanos. Tristeza, alegria e dor contagiantes é o que se vê em Beethoven. As estruturas harmônicas permanecem as propostas por Bach no período barroco. Os ritmos, contudo, mudam muito: no barroco o ritmo era marcado. No período clássico, ainda que com o surgimento da melodia, o ritmo permanece bem marcado. No romantismo, contudo, a melodia se mantém sem nenhuma regularidade de tempo.

No modernismo é a harmonia que é transformada: o ritmo já tinha sido mudado pelos românticos, assim como a melodia foi aos poucos tornando-se mais fluida para expor os arroubos sentimentais. Restou aos modernos e aos românticos tardios mexerem no último item intocado: as estruturas harmônicas formadas por Bach - . São compositores como Rachmaninoff e Debussy exemplos desta mudança. Debussy explorou a escala hexafônica, neste sentido.

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