Como um gestor pode tornar mais humano seu ambiente de trabalho?
Soluções para a tarefa
Não basta oferecer o melhor salário e uma estrutura técnica de primeira qualidade. É preciso cuidar do “capital humano” e fazê-lo se sentir valorizado. Essa é, hoje, considerada uma das principais fontes de inovação organizacional das empresas listadas como “as melhores para se trabalhar”. E é com essa mesma visão que nasceu a Humaniza+ Consultoria Organizacional, há dois anos, sob o comando de César Reis e Danyelle Coelho.
Em entrevista ao jornal A CRÍTICA, o diretor comercial César Reis falou sobre a importância dos processos de treinamento voltado para corpo funcional das instituições, nas relações interpessoais e gestão do ambiente, entre outras ferramentas de desenvolvimento humano nos treinamentos. A proposta é desenvolver um modelo de gestão humanizado e desenvolver a fidelidade dos colaboradores à missão, aos valores e às metas das empresas, para aumentar a produtividade.
Como surgiu a proposta de oferecer esse serviço de “humanização”?
Percebemos como a forma que as empresas se relacionam com os funcionários afeta a vida deles na comunidade, na sociedade e na família. Foi quando surgiu a ideia de mapear as empresas que têm um tratamento diferenciado com os colaboradores e como a produtividade delas é afetada. Pensamos: “seria legal se outras empresas também desenvolvessem estes métodos, tivessem interesse que seus funcionários fossem mais generosos, mais gentis, mais humanos”. Partindo disso, criamos uma consultoria que aborda várias ferramentas de desenvolvimento humano.
Trata-se de uma nova tendência no Brasil?
Esse movimento pode parecer que está começando agora, mas várias empresas já desenvolvem essa cultura humanizada. Em Manaus, algumas já vivem isso há 10 anos. As empresas referência como “as melhores para se trabalhar” têm foco no ser humano, na satisfação pessoal, na felicidade dos colaboradores.
Por que é tão importante mudar a atitude das empresas?
As empresas sempre procuram investir nos processos de relacionamento com clientes. Poucas têm investido nos relacionamentos internos. Você fica oito horas por dia imerso dentro de uma cultura. Isso exige que você seja mais gentil, mais tolerante, respeite, foque em valores que precisam ser praticados nesse ambiente coorporativo. Quando você sai desse ambiente, consegue levar esses valores para a sua casa. Acaba que essas empresas interferem positivamente na sociedade e se destacam pelo aumento da produtividade.
Que diferencial a empresa pode oferecer?
O diferencial é a valorização do ser humano, imerso dentro de um ambiente que propicie mais felicidade, e ele se torne uma pessoa mais unida, conectada. A tratativa é diferente, ele participa mais, tem um tratamento humanizado. Todas trabalham com ferramentas e procedimentos que não aceitam atitudes que outras toleram, como grosseria, estupidez, assédio moral e bullying. Nada disso é tolerado tanto verticalmente, quanto horizontalmente.
Quais seriam as falhas da cultura coorporativa em geral?
Antigamente, as empresas falavam muito “deixem os seus problemas em casa”. O funcionário não consegue deixar tudo que ele é, ou está carregando, lá fora. Ele precisa ser visto como um ser humano. Ele tem emoções, frustrações e, quando sente que faz parte de um ambiente de trabalho acolhedor, consegue ter um grau de satisfação maior. Isso, consequentemente, aumenta a produtividade dele.
PUBLICIDADEComo isso é trabalhado na consultoria?
Nossos treinamentos são todos customizados. Após um diagnóstico da equipe e da empresa, apresentamos sugestões que possam melhor atender a necessidade dos clientes nos três segmentos: serviço, comércio e indústria. Hoje, nossos principais produtos são treinamentos voltados para o atendimento e gestão de hotéis, bares e restaurantes; vendas, gestão de pessoa e desenvolvimento de liderança; além de oferecer o processo de Executive & Self Coaching para empresários e executivos. Temos um tópico para tratar da importância do ambiente mais humanizado. Os treinamentos já existem no mercado, mas o diferencial é essa visão mais humana na tratativa. É plantar as sementes de valores de que, mesmo dentro do coorporativo, pode haver amizade, um ambiente onde você se sinta querido e feliz. Para o colaborador entender que vale à pena estar ali, ele é valorizado e faz parte de algo maior.
Como lidar com a competitividade entre os próprios funcionários?
É preciso utilizar ferramentas para evidenciar que a pessoa está sendo promovida, aplicar um processo de seleção, com plano de carreira. Ainda há empresas que têm “peixada”, indicação, “puxão de tapete”. Mas tem que partir da empresa, isso precisa ficar muito claro. O funcionário a ser promovido precisa ter mérito. São processos que a empresa precisa estruturar, desde a seleção, contratação e promoção. Tudo deve ser o mais transparente possível, baseado em ética e valores que condizem com a cultura da empresa.