Como tornar a urbanização mais agradável?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
A abordagem tradicional para aumentar a eficiência do trânsito é a construção de novas vias, mais modernas, projetadas para receber grandes quantidades de veículos. Entretanto, esse modelo, adotado com força total entre as décadas de 1960 e 1990 no Brasil, revela agora várias consequências perniciosas. Quanto mais estradas e faixas são abertas, pior parece ficar o trânsito. Isso porque, segundo especialistas, quanto mais espaço se dedica ao automóvel particular, maior o incentivo para que pessoas comprem carros e deixem de utilizar o transporte público ou meios alternativos de deslocamento. Isso significa mais carros nas ruas, mais espaço ocupado por pessoa e consequentemente, mais engarrafamentos e acidentes.
E o que não faltou na última década foram incentivos à compra de automóveis. O crescimento da renda per capita, a isenção de alguns impostos e o acesso facilitado ao crédito são apenas alguns dos fatores que levaram a frota total de veículos particulares no Brasil passar de 24 milhões em 2001 para 51 milhões em 2012.
Para além de continuar a investir na malha viária, que invariavelmente precisa crescer e demanda constante manutenção, quais outras soluções estão ao nosso alcance? Veja algumas opções para melhorar a mobilidade urbana e deixar o trânsito mais humano no Brasil:
TRANSPORTE DE MASSA
Se o espaço nas ruas é limitado e a demanda só aumenta, é indispensável otimizar o seu uso. Para isso, não há como fugir de investimentos em sistemas de transporte coletivo mais eficientes e agradáveis aos seus usuários. A maioria das nossas cidades possui um sistema de transporte coletivo baseado em ônibus, que são invariavelmente mais lentos e desconfortáveis que os carros – além de estarem sujeitos aos mesmos congestionamentos dos automóveis. Em um mundo ideal, teríamos mais ônibus à disposição, mais horários e veículos menos lotados, o que aumentaria a adesão ao transporte coletivo. É o básico do que se espera de um bom sistema de transporte coletivo.
Para além disso, uma medida de valorização do transporte coletivo que tem sido adotada nos maiores centros do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, é a abertura de faixas exclusivas para ônibus em certas vias e horários. Tal medida faz com que quem pega ônibus tenha uma grande vantagem nos horários de pico sobre os que estão de carro, diminuindo bastante o tempo de deslocamento. Por outro lado, essa medida gera reclamação nos usuários de carros, afinal as faixas exclusivas ficam subutilizadas.
Para além do transporte coletivo rodoviário, ainda há outras opções que são pouco ou mal exploradas no nosso país: o modal ferroviário, por exemplo, é muito utilizado em grandes centros de países desenvolvidos. O metrô, apesar de ser uma solução cara, é capaz de movimentar grandes volumes de pessoas e oferecer rapidez e relativa comodidade. As malhas metroviárias de grandes cidades brasileiras têm se mostrado insuficientes para a demanda existente. Além dos metrôs subterrâneos, existem os chamados metrôs de superfície, mais baratos. Mesmo tomando espaço da estrutura viária, ainda são mais eficientes que carros ou mesmo ônibus. Essa opção é praticamente inexplorada no Brasil.
Outro modal pouco explorado no país é o aquaviário. Em um país que concentra grande parte de sua população em cidades litorâneas, isso causa certo estranhamento. Os deslocamentos por mar ou por rios poderia distribuir melhor o trânsito, por custos razoáveis.
BICICLETA
É cada vez mais comum ver pessoas se deslocando de bicicleta nas grandes cidades. Infelizmente, esse é um meio de locomoção ainda pouco priorizado no trânsito brasileiro: a extensão de ciclofaixas e ciclovias nos grandes centros ainda é muito menor que a extensão de vias dedicadas para veículos motorizados (para cada 100 km de vias para carros, existe apenas 1 km para bicicletas). Isso obriga muitos ciclistas a fazerem percursos por vias compartilhadas com carros, causando frequentes conflitos, quando não acidentes e mortes.
A eficiência do uso das bicicletas como meio de superar o problema da mobilidade no Brasil ainda é questionada por muitos. Muitos não se convencem com exemplos de países desenvolvidos como Holanda e Dinamarca, já que estes seriam países em outro patamar de desenvolvimento e educação. Amsterdam, referência no uso de bicicleta, é uma cidade muito menor e mais plana do que São Paulo, por exemplo. Argumenta-se que é por isso que lá as pessoas andam mais de bike do que aqui.
O fato é que a bicicleta é apontada como uma opção muito válida para deslocamentos curtos dentro das cidades, afinal elas ocupam um espaço muito menor que carros, demandam menos manutenção das vias e possuem um impacto ambiental praticamente nulo. Como se deslocam em menores velocidades, oferecem menos riscos aos pedestres. Sem contar que é uma ótima opção de atividade física.