Sociologia, perguntado por Danny009, 1 ano atrás

Como teve início a questão do trabalho no Brasil?

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Respondido por vcsabe
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Teve início com a escravidão.

Danny009: Vlw...
Respondido por branliny
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Resposta:

No final do século XV iniciou-se o que ficou conhecido na história como “as grandes navegações”. Por que foram chamadas de grandes navegações? Porque estas consistiam em realizar a navegação em alto-mar, Oceano Atlântico adentro, no caso de Cristóvão Colombo, realizar uma volta no globo e assim chegar as Índias, provando com isso que a Terra era redonda. Porém este acabou por encontrar um novo continente, que ficou conhecido como “Novo Mundo”. Colombo morreu sem saber tê-lo descoberto, sendo deixado para Américo Vespúcio todas as honrarias, inclusive em sua homenagem foi dado o nome ao novo continente de “América”.

Mas o que impulsionou a realização destas grandes navegações? A Europa estava vivendo uma fase que ficou conhecida como mercantilismo comercial, segundo muitos, uma fase necessária para acumulação de capital para instauração posterior do sistema capitalista. O Mercantilismo tinha algumas regras, a principal delas era sempre manter a balança comercial favorável, objetivando o acúmulo de metais preciosos. Estes podiam ser obtidos não somente com o comércio, mas também com a extração destes de minas em seu próprio território ou nos territórios de suas colônias. Daí a importância de lançar mão das grandes navegações, em busca de encontrar territórios que pudessem ser explorados economicamente, onde existissem minas, ou se não, onde se pudesse extrair produtos naturais para serem vendidos para outros países europeus e assim acumular os metais preciosos.

Neste contexto, Pedro Álvares Cabral aporta no Brasil em abril de 1500 em Salvador. Junto com ele, desembarcam “capitães, religiosos, Franciscanos, homens de armas, escrivãos, intérpretes, cosmógrafos, médicos, e condenados à morte” (GIUCCI, p.46). Os condenados a morte, também chamados de desterrados, eram pessoas que havendo cometido crimes, aceitavam serem enviadas para o Novo Mundo ao invés de terem que cumprir suas penas. À estas cabiam todo tipo de trabalho na colônia, dentre os quais, apreender o modo de vida do cativo, e obter informações sobre existência de minas de metais preciosos e de outros elementos naturais que pudessem ser comercializados. Para alguns estes eram foram os grandes responsáveis por todo o contato inicial com os indígenas e o estabelecimento inicial de feitorias para comercialização de artigos da fauna e da flora, como por exemplo, o pau-brasil.

Segundo Giucci, “o soldado comerciante lusitano do século XVI corporifica com pleno vigor e energia a categoria do desterrado”. Mas, por quê? Porque este muitas vezes não conseguia retornar a sua terra de origem, muitas caravelas se perdiam em alto-mar. Outros morriam devorados pelos nativos. Todos estavam a serviço da Coroa, e a única preocupação desta era a obtenção de lucros não importava a que custo fosse.

Após essa fase inicial de escambo com os índios que durou até 1932, o governo português decidiu iniciar o processo de colonização propriamente dito iniciando a produção de açúcar implantando engenhos no litoral nordestino. Portugal já tinha experiência nesse plantio que já era praticado em suas ilhas de Açores e Madeira no Continente Africano. O Açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu e, além disso, era vendido a preços exorbitantes, por isso era válida sua produção do outro lado do atlântico.

O Trabalho nesses engenhos deveria ser realizado de maneira compulsória. Por quê? Primeiro, porque, como bem explica Caio Prado, se tratava de uma colonização que visava a exploração, a obtenção de lucros, com isso quanto mais se trabalhasse maior eles seriam; e segundo porque a qualidade técnica dos equipamentos era baixa, sobrecarregando o trabalho humano. Com isso, se tornava necessária a mão-de-obra escrava. A primeira utilizada foi a dos índios, porém existiam alguns problemas com relação a sua utilização: primeiro, eles eram em pouca quantidade e ainda muitos morreram devido a epidemias, e segundo, alguns clérigos se colocavam contra ela; e terceiro, estes se recusavam a trabalhar no regime compulsório, já que seu modo de vida era completamente diferente: a lógica do excedente de produção, objetivando o lucro, não pertenciam a sua cultura.

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