História, perguntado por gabrielbiel3314, 11 meses atrás

como terminou a inconfidencia mineira? gostaria de saber, por favor.

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Respondido por nilmasousa2017
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Na segunda metade do século XVIII, as regiões auríferas de Minas Gerais começaram a dar mostara de esgotamento. Mesmo assim o governo português continuou exigindo pesados impostos atribuindo a queda na produção ao contrabando de ouro. 

Em 1788 o Visconde de Barbacena, sobrinho do vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa, chegou a Vila Rica pra arrecadar 596 arrobas (8 940 quilos) de ouro. Caso tal quantidade não fosse atinginda espontaneamente, seria então deflagrada a "Derrama" - o imposto extra tirado de toda a população até completar a cota extipulada. O visconde anunciou a derrama para fevereiro de 1789. Um clima de tensão e revolta tomou conta das camadas mais altas da sociedade mineira. Por isso, importantes membros da elite econômica e cultural de Minas começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades portuguesas. Muitos dos habitantes de Vila Rica tinham estudado na Europa e voltavam ao Brasil com influências do pensamento liberal Iluminista de filósofos como Rousseau, Montesquieu, Voltaire e Diderot em alta na Europa e que impulsionaram tanto a independência dos Estados Unidos em 1776, como a Revolução Francesa en 1789. A elite mineira recusava-se a pagar os impostos abusivos cobrados pela Metrópole e então organizaram um movimento de resistência. No dia 26 de dezembro de 1788, na casa do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, chefe do Regimento dos Dragões, alguns dos sujeitos mais importantes de Minas se encontraram para uma reunião conspiratória. Três tipos de homens estavam na reunião: ideológicos, como o filho do capitão-mor de Vila Rica, José Álvares Maciel; ativistas revolucionários como o alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) e, em maior número e muito mais voz de comando, mineradores e magnatas endividados, como Alvarenga Peixoto e o padre Oliveira Rolim, notório traficante de diamantes e escravos. 

Mais tarde na segunda reunião, no mesmo local, se juntaria ao grupo o negociante Joaquim Silvério dos Reis, talvez o homem mais endividado da capitania, com um passivo oito vezes superior aos ativos. Também participaram do movimento Claúdio Manuel da Costa (minerador e poeta, formado em Coimbra), Tomás Antônio Gonzaga (poeta e jurista), Toledo e Melo (padre e minerador), Abreu Vieira e os coronéis Oliveira Lopes. Ficou decidido que, no dia em que fosse decretada a derrama, a revolução eclodiria. Os planos para o golpe, todavia, eram tão vagos quanto os projetos do futuro governo. 

Joaquim Silverio dos Reis Montenegro Leiria Grutes cujo nome passou a historia do Brasil como sinônimo de traição resolveu denunciar os revoltosos em troca do perdão de suas dívidas. Ele era português de nascimento e no ano de 1776 começou a comercializar no Rio de Janeiro dedicando-se ao fornecimento de sal e gado para as regiões do Serro e Diamantina. Em 1777 já estava solidamente estabelecido em Sabará. Em 1782 ele arrematou o contrato das entradas para o triênio de 1782 a 1784 e na gestão desse contrato, entrou em débito para com a Fazenda Real. Logo após a posse do Governador Luiz da Cunha Meneses, porém, recebeu dele o mais decidido apoio para extorquir dos contribuintes da Comarca do Rio das Mortes tudo o que fosse possível, sendo inclusico concedido o direito de antecipar-se nas execuções fiscais. Ele foi convidado a entrar no levante por Luiz Vaz de Toledo Piza, na casa de seu irmão no Palácio Paroquial do Padre Carlos Correia de Toledo em São João del Rei, pois era aparentemente um adepto perfeito do movimento: era rico, poderoso e tinha motivos para ver-se livre da opressão do fisco. Ele aceitou prontamente o convite, sendo então colocado a par de todos os planos. Ele chegou a contribuir com doze mil cruzados para Luiz Vaz ir arregimentar adeptos em São Paulo e foi encarregado pelo Padre Toledo de procurar Domingos de Abreu Vieira em Vila Rica para saber se este já tinha conseguido pólvora para a revolução. Com a suspensão da derrama se tornou um grande alivio para a população em geral, mas de modo algum eliminou a ameaça que pairava sobre os contratantes a cobrança da dívida ativa e em 5 de Março de 1789 a Junta da Real Fazenda chamou Silverio dos Reis para prestar as contas, pelo fato de ser fraudulento, falsificador e doloso. Em suas constantes idas ao Palácio de Cachoeira do Campo aonde estava seus companheiros de conjuração José Alvares Maciel e o ajudante-de-ordens Tenente Coronel Francisco Antônio Rabelo, ele conseguiu apurar que a derrama seria suspensa em 14 de Março. Com a suspensão da derrama, perdia-se quase todo o potencial para a deflagração da revolta, com isto sobravam apenas os motivos intelectuais, a que o povo em geral era alheio. Temendo que o movimento esvaziasse-se e ele continuasse como devedor, aproveitou-se do único trunfo de que dispunha, que era o de delatar ao Governador o seu conhecimento da conspiração em seus detalhe
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