Psicologia, perguntado por MVSilva20, 1 ano atrás

Como surgiu a depressão?

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Respondido por Emmille1
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Depressão tem sido registrada desde a antiguidade, e descrições do que agora, chamamos de transtornos do humor podem ser encontrados em muitos textos antigos. A história do Rei Saul, no Antigo Testamento, descreve uma síndrome depressiva, assim como a história do suicídio de Ajax, na Ilíada de Homero.

A Cerca de 400 a.C., Hipócrates usou os termos "mania" e "melancolia" para perturbações mentais. Por volta do ano 30 EC, Aulus Cornelius Celsus descreveu a melancolia em seu trabalho de medicina como uma Depressão causada pela "bile negra".
O termo continuou sendo usado por outros autores médicos, incluindo Arateus (120-180 a.C.), Galeno (129-199 a.C.) e Alexandre de Tralles, no século VI. O médico judeu, Moses Maimonides, no século XII, considerava a melancolia como uma entidade patológica distinta. Em 1686, Bobet descreveu uma doença mental à qual chamou de maniaco-melancholicus.

Em 1854, Jules Falret descreveu uma condição chamada de folie circulaire, na qual o paciente experimenta humores alternados de Depressão e mania. Por volta da mesma época, um outro psiquiatra francês, Jules Baillarger, descreveu a condição folie à double forme, na qual os pacientes tornam-se profundamente deprimidos e entram em um estado de estupor do qual recuperam-se eventualmente.

Em 1882, o psiquiatra alemão Karl Kahlbaum, usando o termo "ciclotimia", descreveu a mania e a Depressão como estágios da mesma patologia

Em 1899, Emil Kraepelin, elaborando sobre os conhecimentos de psiquiatras franceses e alemães anteriores, descreveu uma psicose maníaco-depressiva que continha a maioria dos critérios usados atualmente pelos psiquiatras, para o estabelecimento do diagnóstico de transtorno bipolar I. A ausência de um curso demenciante e deteriorante na psicose maníaco-depressiva diferenciava-a da demência precoce (i.e., esquizofrenia).

Kraepelin também descreveu um tipo de Depressão que começava após a menopausa em mulheres e durante a idade adulta tardia em homens, que veio a ser conhecida como melancolia e, desde então, começou a ser vista como uma forma de transtorno do humor com início tardio.

Do princípio do século até aos nossos dias, a expectativa de vida aumentou de 49 anos a mais de 70 anos, o que mudou o enfoque que anteriormente era do "quanto" se vive, pra ser atualmente "como" se vive, esta mudança trouxe a necessidade a identificação e a resolução dos transtornos depressivos.

Desde que se têm notícias da Depressão procura-se uma explicação compreensiva das causas do transtorno, já que o diagnóstico e a evolução eram observáveis. Historicamente sempre existiu uma dualidade explicativa.

Por um lado as escolas organicistas – hoje chamadas biologistas – tentaram explicar o distúrbio a partir de erros, insuficiências ou intoxicações de tipo orgânico, daí a explicação clássica da escola grega, que entende a Depressão como um excesso de "humor" ou "bílis negra".

Por outro lado, há correntes que tentaram compreender a Depressão como uma disfunção cuja origem se encontra para além do puramente orgânico.

Entre humores e deuses, nervos e espíritos, cérebro e demônios, sangrias e exorcismos, clisteres e rituais religiosos, foi transcorrendo noutros tempos a sorte – escassa por certo – dos que sofriam uma Depressão.

Foi na época da Revolução Francesa e da renovação do espírito humanístico, e com a valiosa idéia de Pinel de "romper as cadeias dos alienados", que a medicina começou a mostrar, um interesse mais premente pelas doenças mentais, entre elas a Depressão.



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