Como substituir o poder paralelo?? Por favor me ajudemmm
Soluções para a tarefa
Resposta:
Não vai ser fácil acabar com uma situação que possui raízes históricas
profundas e que levou bastante tempo até se consolidar. Mas é urgente começar a
tomar medidas que consigam que a cidadania e o estado de direito subam os morros
das nossas cidades, deslocando a tirania do crime organizado e a omissão e a violência
tradicionais do poder público.
A primeira coisa que o estado precisa fazer é ocupar o espaço que
historicamente deixou vazio, permitindo que outros tomassem o seu lugar. E o estado
precisa entrar nas favelas com algo mais do que armas de fogo. Precisa entrar com
todos os serviços urbanos e sociais para a população que ali mora e com
oportunidades de inserção social para os jovens que evitem que eles ganhem no
tráfico um salário muitas vezes superior ao que recebem nos empregos legais. As
manifestações culturais desses jovens, como os bailes funk, devem ser integradas e
garantidas dentro da lei, não execradas e proibidas.
No entanto, para obter resultados a curto prazo, o estado precisa desenvolver
nas comunidades um tipo de policiamento ostensivo permanente que privilegie a
proteção das moradores e limite a implantação e o alcance desses poderes paralelos.
Experiências como a do Cantagalo, que procuram reduzir a violência armada, precisam
ser avaliadas e melhoradas visando uma implantação generalizada.
Por sua vez, a repressão ao crime organizado deve fortalecer a sua capacidade
de inteligência e de infiltração para poder desarticular essas redes criminosas,
começando pelas mais violentas. O estímulo às denúncias, mesmo anônimas, a
proteção das testemunhas, a redução das penas dos que colaborarem com a justiça e redução drástica do fluxo de armas de fogo são elementos que podem ajudar muito
nessa tarefa. Todavia, o combate implacável à corrupção policial, que alimenta
justamente as redes criminosas que supostamente deve debelar, é imprescindível para
mudar esse quadro.
Assim, quem sabe um dia não será possível reunificar a cidade partida e acabar
com a situação de apartheid em que vivemos, onde traspassar a fronteira errada se
paga com a vida.