como Sócrates entedia o papel da leitura ?
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Resposta:
A reflexão sobre os valores e preceitos morais aparece muito clara em um dos maiores pensadores da antiguidade e um dos maiores filósofos de toda tradição ocidental, a saber, Sócrates. É muito comum vermos o filósofo, interpretado nas obras de seu discípulo Platão, indagando de seus concidadãos o que eles consideravam ser a coragem, a justiça, a amizade, o amor, ou seja, princípios e valores de ordem moral: “a coragem (andreia) no Laques, a moderação ou temperança (sophrosyne) no Cármides, a santidade (hosiotes) no Êutifron, a justiça (dikaiousyne) no Górgias e no Trasímaco (República I)” (DONINI; FERRARI, 2012, p. 79-80).
Tais perguntas socráticas procuravam fazer o seu interlocutor refletir nestas questões evidenciando assim o caráter eminentemente filosófico da reflexão sobre os valores. Mas Sócrates não parava por aí. Estes valores, que os atenienses chamavam (como nossa sociedade de uma forma geral) de virtude, faziam com que Sócrates os interrogassem então para saber o que é a virtude. E se Sócrates tivesse como resposta que a virtude é agir em conformidade com o bem, então ele questionava, mas o que é o bem?
Sócrates procurava de alguma forma indagar os cidadãos atenienses a respeito das virtudes, sua essência, valor, obrigação. Como saber se uma conduta é boa ou não, virtuosa ou reprovável? Por que o bem é uma virtude e o mal um erro? É preferível ser justo ou injusto? Com estes questionamentos Sócrates forçava os indivíduos a refletirem sobre si mesmos e suas próprias ações. Além disso, a indagação ética socrática dirige-se não só ao indivíduo, mas também à sociedade.