Como Seria O Brasil Se Ainda Existisse a Escravidão?
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Resposta:
Pensar na sociedade contemporânea convivendo com o trabalho escravo é uma tarefa difícil mesmo para os maiores especialistas no tema. Para eles, a sociedade de hoje não existiria se a escravidão persistisse, porque o fim da escravidão teve relação direta com os sistemas econômicos e políticos que começavam a vicejar no século XIX, ajudando a compor as principais características sociais e econômicas do mundo atual. “O fim da escravidão foi um fenômeno social ligado às exigências das economias industriais, que precisavam mais de mercados consumidores do que de mão-de-obra nas colônias”, afirma o antropólogo zairense Kabengelê Munanga, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e autor de Cem Anos de Bibliografia Sobre o Negro no Brasil.
A história africana também seria outra. Enquanto vigorou o tráfico negreiro, entre 1450 e o final do século XIX, cerca de 12 milhões de negros foram retirados do continente. Se a sangria demográfica continuasse, não haveria mão-de-obra local quando as potências coloniais decidiram extrair dali a matéria-prima que sustentaria o seu desenvolvimento no século XX. Ou seja, a libertação dos escravos tem tudo a ver com o desenvolvimento da economia de mercado.