Como se formou o espaço agrario brasileiro
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O espaço agrário brasileiro é marcado por contrastes. Se avaliarmos a história de nosso país observamos que, já no século XVI com a divisão do litoral em capitanias hereditárias, tem início a concentração de terras. As primeiras lavouras desenvolvidas em solo brasileiro eram de cana-de-açúcar, e ocupavam a zona da mata nordestina (litoral). Elas se baseavam no sistema de plantations, que consistia em grandes monoculturas (apenas um cultivo), com o emprego da mão de obra escrava, cuja produção destinava-se à exportação.
Em meado do século XIX, em uma tentativa de regularizar a posse da terra no Brasil, foi estabelecida a chamada Lei de Terras, que determinava que a posse da terra só seria reconhecida mediante compra. Com essa medida, pretendia-se eliminar o usucapião, ou seja, a titulação da posse da terra pela ocupação, sem a compra efetiva da mesma. Os maiores beneficiados dessa medida foram os membros da elite agrária brasileira, que expandiram suas propriedades, elevando a concentração de terras no país.
Na segunda metade do século XX, eclodiram reformas agrárias na América Latina, com no México e na Bolívia. No Brasil, crescia o temor de uma revolução camponesa, que traria como consequência a reforma agrária. Assim, em 1964, os militares recém chegados ao poder, elaboram o Estatuto da Terra, uma tentativa de apaziguar os ânimos dos camponeses brasileiros por uma reforma na distribuição de terras. O Estatuto previa basicamente a execução da reforma agrária brasileira, mas não estabelecia prazos para que isso acontecesse.