Como se estabeleceu o primeiro e o segundo triunvirato?
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Resposta:
Em Roma, o início da década de 50 a.C. foi marcado pela união de três homens: Júlio César - acabado de ser eleito cônsul; Pompeu - extremamente popular junto dos cidadãos devido às suas conquistas militares, mas desprezado pela classe senatorial pela falta de sangue azul da sua família; Crasso - considerado o homem mais rico de Roma, mas a quem faltava influência política [1]. Uma vez que César não tinha aliados políticos, Pompeu não conseguia obter terras de cultivo para os veteranos das suas legiões e Crasso não era levado a sério na sua ideia de conquistar o Império Parta, os três juntaram-se para unir esforços.
Ao contrário do Segundo Triunvirato, este acordo era informal e não continha nenhum valor jurídico. A única transacção efectuada foi a de Júlia Cesaris, filha de César, que se tornou mulher de Pompeu num casamento que haveria de se revelar feliz.
Durante o seu consulado em 59 a.C., César legislou terras para os soldados de Pompeu, apesar de forte contestação da facção conservadora do senado, e leis que favoreciam os negócios de Crasso. Em troca, obteve o apoio de Pompeu para conseguir a governação da Gália e iniciar a conquista de toda a região (Guerras Gálicas). Em 55 a.C., Pompeu e Crasso foram eleitos cônsules em parceria e prolongam o poder de César na Gália por mais cinco anos. Crasso assegurou ainda os fundos e legiões para a tão desejada campanha persa.
No ano seguinte, a morte de Júlia enfraqueceu a relação entre Pompeu e César e, em 53 a.C. Crasso foi morto pelos partas na Batalha de Carras. Sem mais nada a uni-los, Pompeu e César desfazem a aliança e transformam-se em inimigos.O Segundo Triunvirato (associação política entre três homens) foi estabelecido em 43 a.C., na República Romana, entre Marco Antônio, Otávio e Lépido, prolongou-se até 33 a.C..
Ao contrário do primeiro triunvirato, um acordo informal entre Júlio César, Pompeu, o Grande e Marco Licínio Crasso, este triunvirato foi uma aliança política formal. Com o nome oficial de Triunviros para a Organização do Povo (em Latim: Triumviri Rei Publicae Constituendae Consulari Potestate), o triunvirato foi legislado pela Lex Titia e aprovado pela Assembleia do Povo, conferindo poderes universais aos três homens por um período de cinco anos.
A constituição do Segundo Triunvirato e atribuição de poderes excepcionais a António, Otávio e Lépido justificou-se no período de crise sem precedentes que se seguiu ao assassinato de Júlio César nos Idos de Março de 44 a.C. Otávio então com cerca de 20 anos era filho adotivo do ditador, António e de Lépido dois dos seus comandantes de maior confiança; todos ambicionavam poder e vingança. A primeira ação dos triúnviros foi a de eliminar todos os homens que conspiraram contra César - Cícero foi uma das vítimas – e perseguir Bruto e Cássio que entretanto haviam se refugiado na Grécia.
Tirando Lépido, que era uma figura de consenso e sem grande ambição política, Otávio e António odiavam-se e conspiraram um contra o outro desde a formação do triunvirato. Em 38 a.C. o acordo foi renovado por mais cinco anos, mas as relações entre os três estavam longe de ser amigáveis. Lépido foi afastado do poder e exilado de Roma na sequência de uma manobra política falhada, enquanto António, estacionado com o exército no Egito, atacava Otávio com todas as armas. Finalmente em 33 a.C., o triunvirato chegou ao fim e António e Otávio entraram na guerra aberta que haveria de resultar na Batalha de Áccio (31 a.C.) e no suicídio do primeiro. Com os seus pares afastados do poder, Otaviano ficou sozinho para governar Roma.
Em 27 a.C., Otávio aceitou o título de augusto e este ano é considerado pela historiografia como o início do Império Romano.