como se deu o processo de ocupação do território piauiense?
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O processo de ocupação do solo piauiense teve início na Segunda metade do século XVII. Paulistas, baianos e pernambucanos foram os primeiros desbravadores do imenso espaço habitado por inúmeras Nações indigínas.
Eles implantaram suas fazendas de gado numa terra conquistada palmo a palmo, a custo de sangrentas lutas. Como esta conquista se deu do sertão para o litoral, justamente ao contrario do que ocorrera nos demais Estados litorâneos brasileiros, o Piauí adquiriu um contorno geográfico irregular, estreito no litoral e alongando largo no interior.
A partir do ano de 1718 foi criada a capitânia de São José do Piauí, tendo como capital a Vila de Nossa Senhora da Vitória do Riacho da Mocha, a futura cidade de Oeiras. Na época do Império, precisamente em 1852, a capital foi transferida para Teresina, localizada às margens do rio Parnaíba e especialmente fundada para ser a nova sede da Província. Essa transferência foi motivada por fatores de ordem geopolitica e econômica. Oeiras estava encravada em pleno sertão, sem meios de acesso e comunicação.
A morfologia da região piauiense caracteriza-se pelas baixas altitudes, apresentando vastos chapadões, planícies e vales úmidos. As elevações são numerosas e recebem denominações regionais de serras, morros, chapadas e chapadões, apresentando-se sob formas de ?Cuestas?e ?Inselberg?. Tal fenômeno provoca o surgimento de formações geológicas monumentais e pitorescas, espalhadas por todo o Estado. Nosso ponto mais alto localiza-se na Chapadas das Mangabeiras, com 880m de altitude, no extremo sul do Estado.
A vegetação do Piauí é caracterizada pela Caatinga e pelos Cerrados ou Agrestes, que ocupam quase toda a sua área. Existem, ainda regiões de mata densa e de cocais, onde predominam as palmeiras babaçu e carnaúba.
A rede hidrográfica piauiense é formada pelo rio Parnaíba constitui a grande marca ecológica da região. Com 1485km de extensão, serve de fronteira com o Maranhão e representa o traço divisório entre a caatinga do nordeste semi-árido e as terras úmidas e florestas equatoriais no norte Amazônico.
O litoral do Piauí tem 66km de extensão e é marcado por externas e ensolaradas praias, cercadas de dunas de areia branca e de lagoas de água doce. O delta do Parnaíba despeja suas águas no atlântico, abrindo um grandioso delta com cerca de 90 ilhas.
O Piauí de hoje é o resultado dos diversos componentes de sua formação histórica, étnica, social e econômica, aliada fortemente a elementos físico-geográficos. Sua população reflete a participação dos estoques raciais brasileiros primitivo do branco, do negro e do índio, e a economia está centrada na atividade agro-pecuária. A marca profunda destes elementos básicos está na casa de taipa coberta de palha de babaçu, carnaúba ou buriti, e na fazenda de gado do sertão. Está na jangada do litoral, no carro-de-boi do sul do Estado, na casa-de-farinha das fazendas. Está na figura ?euclidiana?do vaqueiro, que povoa o Piauí de norte a sul, na mulher que quebra o coco babaçu, no tirador de palha de carnaúba, na tecedeira de rede. Está nas danças e folguedos folclóricos, nas lendas e nas tradições populares. É todo esse universo cultural e paisagístico que o visitante vai encontrar no Piauí. Tudo muito simples e espontâneo, quase oculto no anonimato, mas, certamente, surpreenderá. Sim, o Piauí é uma surpresa fascinante de belezas e de hospitalidade ao alcance dos olhos e do sentimento do turista.