Como se deu a transformaçao da imagem de um dos integrantes do movimento mineiro em herói nacional com a instauraçao do feriado de 21 de abril
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Explicação:
Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi uma importante figura da história brasileira. Seu envolvimento na conspiração organizada pela elite mineradora de Minas Gerais acabou custando-lhe a vida, ao ser utilizado como bode expiatório após a Coroa Portuguesa descobrir a trama dos conspiradores.
A punição dada a Tiradentes foi utilizada pela Coroa como exemplo para amedrontar novas tentativas de rebeliões entre os colonos. A partir da execução dele, sua imagem foi utilizada por ideólogos positivistas e transformada na figura de uma grande herói, um grande mártir da história brasileira.
O fato de haver um feriado em homenagem a Tiradentes, em 21 de abril, evidencia isso. Portanto, professor, vamos explorar isso em sala de aula e examinar, juntamente aos alunos, como houve essa construção histórica da figura de Tiradentes.
Contexto histórico
Professor, é importante que, antes de ser analisada a construção histórica da imagem de Tiradentes, seja feita uma contextualização histórica dos eventos que levaram a sua morte. Assim, vejamos rapidamente algumas informações importantes acerca de Tiradentes e da Inconfidência Mineira, evento que aconteceu no século XVIII.
Joaquim José da Silva Xavier nasceu na Capitania de Minas Gerais, em 12 de novembro de 1746, em uma família humilde. Ao perder os pais prematuramente e, para garantir sua sobrevivência, Joaquim José precisou exercer diferentes ofícios, entre eles, o de dentista amador, o que lhe rendeu o apelido de “Tiradentes”, pelo qual ficou historicamente conhecido. Quando a inconfidência foi descoberta pela Coroa, Tiradentes exercia uma função no exército.
A Inconfidência Mineira, da qual Tiradentes tomou parte, foi um movimento organizado pela elite da região mineira contra o domínio português. A insatisfação das elites locais era provocada, principalmente, pelos altos impostos cobrados por Portugal, mesmo com a atividade mineradora em decadência na região.
Esse movimento inspirou-se em ideais iluministas quando houve o contato de membros da elite colonial mineira com essas ideias na Europa. O historiador Boris Fausto aponta, por exemplo, que havia dez estudantes brasileiros em Coimbra que eram originários de famílias da Capitania de Minas Gerais|1|.
A insatisfação das elites locais foi intensificada com as ordens dadas ao novo governador da capitania, o visconde de Barbacena, de organizar a derrama. A derrama era a cobrança obrigatória de impostos com o objetivo de arrecadar a meta de 100 arrobas de ouro estipulada pela Coroa Portuguesa.
Com isso, no final de 1788, a conspiração dos inconfidentes começou a ser organizada com o objetivo de proclamar o republicanismo na capitania. Os inconfidentes ainda pretendiam que todas as dívidas da elite local fossem perdoadas e que os escravos nascidos no Brasil fossem libertos. O movimento, no entanto, foi denunciado por Silvério dos Reis, e a Coroa interveio rapidamente, prendendo os envolvidos.