Como se desenvolveu o contexto da economia cafeeira
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A partir do século XIX, o hábito de tomar café se espalhou pela Europa. Este produto foi introduzido no Brasil no século XVII. No entanto, por conta da demanda externa, a cafeicultura apenas começou a se destacar. A área de desenvolvimento da cafeicultura é o litoral carioca que, com a chegada da corte portuguesa, se espalhou pelo Rio de Janeiro e pelo vale do Paraíba em São Paulo.
No vale, o café aproveitou a estrutura antes utilizada para o cultivo de açúcar, antes de mais nada, considerável trabalho escravo. Porém, devido ao uso excessivo, o solo ficou frágil e, depois de alguns anos, o café não tem mais condições de plantio.
A partir de 1850, o café começou a se desenvolver no oeste paulista, onde a terra virgem e fértil (solo roxo) facilita seu cultivo e é muito adequada para o cultivo deste produto.
A ameaça de falta de mão de obra é o principal problema enfrentado pela cafeicultura ao se expandir em São Paulo. A agricultura ocupa cada vez mais áreas e precisa de cada vez mais trabalhadores, e o atual comércio ilegal de escravos não pode fornecer esses trabalhadores.
Desde o início deste século, a Grã-Bretanha tem interesse em expandir o mercado consumidor de produtos industriais e pressionou o governo brasileiro a abolir o tráfico de escravos. Um sintoma dessas pressões aumentadas é o decreto de Bill Aberdeen, que é o resultado da evasão do imperador do comércio africano e da remoção das tarifas protecionistas concedidas ao Reino Unido após a implementação das tarifas de Alves Blanco. A lei Bill Aberdeen estipula que as autoridades britânicas podem prender qualquer navio que transporte negros africanos para o Brasil, e estipula o julgamento de sua tripulação.
No entanto, essa medida não conseguiu reduzir o tráfico de escravos, mas ajudou muito a aumentar o preço dos cativos. Em outras palavras, dificulta a oferta normal de mão de obra, essencial para a expansão das áreas de cafeicultura.
O tráfico interprovincial, que se intensificou no sentido Norte-Sul a partir da extinção, pela Lei Eusébio de Queiros (1850), do tráfico africano de escravos (que, no entanto, permaneceu existindo sob a forma de contrabando), também não se mostrava suficiente para manter em nível ideal o fornecimento de trabalhadores para a lavoura cafeeira.
A solução implementada na segunda metade do século XIX foi o incentivo à imigração europeia para o Brasil. A iniciativa partiu do senador Nicolau Campos Vergueiro, que patrocinou a vinda dos primeiros imigrantes para o país. O sistema adotado de trabalho, previsto em contrato, era o de parceria: o fazendeiro arcava com os custos de viagem da família imigrante até o Brasil e do local de desembarque até a fazenda, fornecia moradia gratuita aos trabalhadores e antecipava os gastos com a compra de ferramentas e utensílios necessários à produção, bem como as despesas com a manutenção da mão de obra até a colheita. Os juros do empréstimo inicial só seriam cobrados a partir do ano seguinte à chegada do trabalhador, tempo normalmente insuficiente para que este conseguisse obter algum rendimento. Além disso, o imigrante era obrigado a adquirir no armazém da fazenda, às vezes por um valor mais alto que o de mercado, gêneros alimentícios e ferramentas necessárias ao seu dia a dia. (Deve-se mencionar que os fazendeiros permitiam que o trabalhador cultivasse gêneros de subsistência em porções de terra da propriedade). O lucro da venda do café cultivado pela família imigrante era dividido igualmente entre o dono da fazenda e o trabalhador (meação), e a parcela da dívida amortizada anualmente não poderia ultrapassar um terço do rendimento líquido
O incentivo à imigração baseado no sistema de parceria, no entanto, esbarrava na dívida que comprometia quase todo o lucro do trabalhador, bem como na impossibilidade de saldá-la a curto prazo. Além disso, o imigrante não podia abandonar a fazenda antes de quitar seus débitos com o fazendeiro, o que gerava uma espécie de semiescravidão.
É importante mencionar ainda que os latifundiários, normalmente acostumados a maltratar os trabalhadores negros e a decidir seus destinos, acharam que podiam dispensar tratamento idêntico aos imigrantes que chegavam às suas fazendas, o que gerou insatisfação e, até mesmo, revoltas entre eles.
O problema da mão de obra para a lavoura cafeeira só foi solucionado com a adoção do regime assalariado nas fazendas.
Espero ter ajudado!