História, perguntado por AnahMariah2001, 1 ano atrás

Como se davam as relações de poder da cidade de Esparta?

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Respondido por MALUBTSJIMIN
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Os espartanos constituíram-se em uma sociedade altamente militarizada, com uma rígida hierarquia e disciplina para manter a ordem social. Hierarquia, pois um grupo social dominava outros grupos sociais, colocando-se acima deles, e rígida, pois, quem nascia escravo, morreria escravo, não podendo alterar sua posição. A organização dos membros da sociedade em grupos sociais formava a ordem social de Esparta, e a disciplina mantida pela força das armas impedia que as pessoas tentassem alterar esta ordem. Logo à frente serão descritos quais eram os grupos sociais de Esparta

Formada pelos dórios, povos guerreiros que invadiram a Península do Peloponeso por volta do século XII a.C., Esparta se localizava na planície da Lacônia, uma área de terras férteis, rodeada por montanhas e banhada pelo rio Eurotas.

A economia era baseada principalmente na agricultura, sendo que os que trabalhavam a terra eram os hilotas e os periecos.

Os hilotas eram servos pertencentes ao Estado, possivelmente descendentes da população que vivia na Messênia, que foram derrotados em várias batalhas pelos espartanos. Trabalhavam a terra que habitavam e tinham que pagar tributos ao Estado, sendo mantidos sob dominação através da força e do terror.

Os periecos eram pessoas livres que habitavam as periferias das cidades (daí a denominação de periecos) e trabalhavam na agricultura, mas também exerciam trabalhos artesanais e comerciais, pagando impostos ao Estado. Possivelmente eram descendentes dos aqueus e tenham aceitado a dominação dória sem lutar. Tinham direitos civis, como o direito à propriedade e acesso a tribunais, porém eram excluídos politicamente, não podendo participar da vida política, como votar para a gerúsia.

Acima destes dois grupos sociais, dominando-os, estavam os espartanos ou esparciatas. Descendentes diretos dos guerreiros dórios, os esparciatas desprezavam os trabalhos artesanais e de agricultura, sendo que os homens se dedicavam integralmente às atividades militares e à administração do Estado. Eram os únicos que detinham os direitos de cidadania e tinham participação política.

Para organizar politicamente a cidade-Estado de Esparta, foi constituída uma estrutura administrativa que contava com uma Diarquia (poder exercido por dois reis ao mesmo tempo), com a Apela, a Gerúsia e os Éforos. Mas o que eles representavam?

A Apela era uma Assembleia Popular formada por todos os cidadãos espartanos com mais de 30 anos, que tinha como função rejeitar ou aprovar projetos feitos pela Gerúsia, eleger os gerontes e éforos, bem como votar sobre a paz e a guerra. Estas leis eram baseadas em um código talvez criado por Licurgo, um legislador que não se sabe ao certo se realmente existiu.

Acima da Apela havia a Gerúsia, um Conselho formado por 28 anciões (cidadãos idosos) chamados de gerontes, que tinham funções legislativas e também judiciárias, julgando conflitos dos espartanos. Decidiam sobre assuntos de política externa e controlavam os diarcas.

As funções executivas eram exercidas por cinco Éforos, sendo os mais importantes governantes de Esparta. Eram eleitos todos os anos pela Apela, administravam as funções públicas e fiscalizavam a vida social e econômica da cidade-Estado.

Havia ainda dois reis (diarcas), fazendo com que Esparta se organizasse politicamente em uma Diarquia, como dito acima. Estes dois reis eram controlados pelos gerontes, sendo responsáveis pelas funções religiosas e militares. Durante as guerras, um dos reis controlava a fração do exército que lutava com os inimigos externos, enquanto o outro controlava a fração do exército que mantinha Esparta em ordem.


Antigo teatro em Esparta

Essa ordem interna se fazia necessária para manter o domínio sobre os hilotas. Por ser uma sociedade militarizada, ou seja, uma sociedade organizada da mesma forma que um exército, todos os homens espartanos deveriam ser educados desde a infância para compor este exército. Para isso havia uma seleção das pessoas já no nascimento, pois os bebês que nasciam com alguma má-formação eram sacrificados, pois não serviriam para a guerra. A educação militar se dava a partir dos 07 anos de idade, em duras condições, afastados da família e muitas vezes isolados nos campos e matas. O treinamento tinha uma dura disciplina, pois as crianças e adolescentes não podiam contestar as ordens dos superiores e deveriam aceitar as péssimas condições de vida. Esse treinamento ocorria até os 21 anos, quando se tornavam hoplitas, soldados prontos a defender Esparta. Aos 30 anos, o espartano poderia se casar, mas somente depois dos 60 tinha direito a se tornar um membro da Gerúsia.

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